No dia 25 de novembro, o ilegítimo presidente Jair Bolsonaro sancionou o projeto de lei do ex-deputado Andre Moura (PSC-SE), em que endurece a perseguição a torcidas organizadas, ampliando de 3 a 5 anos a pena máxima de banimento de eventos esportivos para torcidas organizadas, além de expandir o conceito de violência no futebol para, no fim, inibir a presença destas em partidas de futebol e assim afastar a massa dos estádios.
Chama a atenção que a definição de “violência no futebol”, antes definida como a mera briga em estádios, agora amplia seu leque para ocasiões que ocorrem distante dos estádios ou mesmo em datas distintas das partidas. Na prática não se trata de uma maneira de promover a paz nos estádios, mas de monitorar a vida de torcedores, pois mesmo quando não houver disputas, poderão usar qualquer episódio para limitar a presença das organizadas ou indivíduos.
A julgar por notícias recentes envolvendo violência nos estádios, como a partida em que as torcidas organizadas do Botafogo foram proibidas pela PM do Rio de entrarem no estádio Engenhão com bandeiras e tambores, não se torna difícil presumir que casos isolados de torcedores fazendo qualquer uma dessas ações pode gerar transtornos para as organizadas como um todo e mesmo o oposto, ou seja, casos em que atos das organizadas se refletirão em torcedores que não estiverem envolvidos.
Ao fim e ao cabo, a ordem é extinguir as torcidas organizadas em definitivo. 3 anos de banimento já é uma punição bastante rígida e suficiente para decretar seu esvaziamento, afinal nos estádios que renovam-se seus sócios, comercializam-se produtos da torcida, inviabilizando assim a sobrevivência destas. 5 anos então já está muito acima da extinção destas, é impedir qualquer possibilidade de retorno destas!
A elitização do futebol demanda da remoção das torcidas organizadas dos estádios e da massa de um modo geral, abrindo espaço tão somente para torcedores vindos das camadas mais elevadas da sociedade e que por outro lado. Sobre isso o partido se posiciona contra todo e qualquer punitivismo demagógico contra as torcidas, que aliás se refletem no punitivismo penal do cotidiano brasileiro.