A crise econômica quebrou 698.600 mil dos 17,2 milhões de pequenos negócios do País, entre os meses de março e junho deste ano. Ao todo foram 700 mil falências no período em todo o Brasil, quase exclusivamente (99,8%) de pequenas empresas como se pode observar.
Responsáveis por 39% dos empregos formais no País, não é de hoje que a política golpista se revela danosa contra os pequenos comerciantes. No ano de 2018, 699,4 mil empresas encerraram suas atividades, 99% delas pequenos empreendimentos dos quais 82,8% sequer tinham empregados. Aqui, cumpre destacar que o número alto de falências não surgiu com a crise, sendo uma constante dos últimos anos contudo, a situação piorou de maneira muito acentuada com a chegada da pandemia, a ponto de apenas 4 meses de 2020 produzirem mais falências do que todo o ano de 2018.
Estas falências devem ser creditadas à política econômica vigente, cuja condução levou ao sufocamento o consumo dos trabalhadores, que passam por um empobrecimento em escala inédita no País, o que reduziu drasticamente a massa salarial, da qual dependem os pequenos empreendimentos. Além disto, os pequenos são também duramente afetados pelo crédito, ou a falta dele.
Tão logo a crise apareceu, derrubando bolsas e mercados financeiros, os governos em todo o mundo se prontificaram a promover um verdadeiro assalto dos recursos públicos aos grandes capitalistas, com a desculpa de evitar uma situação pior para a crise. No Brasil, o governo ilegítimo de Bolsonaro, posto na presidência para atender os interesses imperialistas e da burguesia nacional, tratou de agradar seus patrões com mais de R$1,3 trilhão, liberados para os bancos que, em tese, fariam a distribuição do dinheiro ao restante da economia, fato ocorrido em março porém só a premissa que interessava aos banqueiros se cumpriu.
O fato dos pequenos negócios serem praticamente os únicos a falirem no Brasil é emblemático do regime político que tomou o país de assalto com o golpe de 2016. Se estas empresas são responsáveis por uma parcela muito expressiva dos empregos formais no País ou se movimentam a economia nos bairros populares, nada disto interessa à direita, exceto como fonte de demagogia. O único interesse preservado pelo governo é o dos grandes capitalistas, da burguesia ligada ao imperialismo, não sobrando aos demais, nada além da mais brutal desolação.
À medida em que o caráter de classe fica exposto de maneira tão contundente, torna-se necessário que as organizações de luta da população se mobilizem contra Bolsonaro e os demais golpistas, que podem variar na forma mas estão unidos neste ataque contra a economia nacional, os trabalhadores e também os setores mais empobrecidos da camada pequeno-burguesa.