Nove dias de protestos consecutivos tomaram conta do país sul-americano comandado por Lenin Moreno. Ambos os lados continuam com suas posições. De uma lado, a população pede pela volta do subsídio governamental sobre os preços dos combustíveis – seu retiro inviabilizou o trabalho dos rodoviários – assim como de diversos direitos trabalhistas extinguidos do dia pra noite. Do outro, Moreno mantém as escolhas econômicas para cumprir com as exigências do FMI em relação com os empréstimo de U$ 4,2 bilhões adquirido pelo país que, segundo Rafael Correa (ex-presidente equatoriano perseguido por Moreno), foi feito em troca de entrega de Julian Assange.
A população aumenta cada vez mais a mobilização, e embora o governo não tenha voltado atrás sobre suas decisões, foi obrigado a trocar sua capital de Quito para Guayaquil. Centenas de milhares de equatorianos estão tomando as ruas todos os dias, com uma enorme participação da população indígena, paralisando refinarias, formando barricadas, queimando blindados e tanques. A população equatoriana não se intimidou com a política repressora de Moreno que decretou no país Estado de Exceção, toque de recolher (5h às 20h), botando exército e policiais na rua para contar a mobilização popular.
A saída de Moreno já faz parte das reivindicações. O presidente é visto como traidor, tendo feito diametralmente o oposto do que prometeu em sua campanha.
Eleito com o apoio de Rafael Correa, seu predecessor, um político cuja política muito se assemelhava a de Lula e Dilma, Moreno derrocou totalmente para a direita, pegando empréstimos com o FMI, entregando Assange para os EUA, e levando adiante uma política parecida com a de Maurício Macri da Argentina.
Ao todo já são 5 mortes, 83 desaparecidos, 929 feridos e 554 detidos por parte do governo, sendo que dos 83 desaparecidos 47 são menores de idades, e dos detidos, 26 são políticos, e 13 são jornalistas. A política repressiva de Moreno é verdadeiramente ditatorial, 9 jornais já foram censurados.