Nesta última quinta-feira (19/11), véspera do dia da Consciência Negra, um negro foi brutalmente assassinado por dois seguranças privados da rede imperialista de mercados, o Carrefour. João Alberto, um metalúrgico, um operário negro, estrangulado até a morte, agora faz parte dos milhares de mortos brutalmente assassinados pela repressão do regime capitalista.
O acontecimento gerou muita revolta na população, algumas lojas da rede foram alvo de protestos, em ações totalmente legítimas. Manifestantes atearam fogo e depredaram fachadas do Carrefour, e claramente se vê uma radicalização da população, que não suporta mais tanta violência e brutalidade contra os negros, e não quer esperar que as instituições do regime golpista resolvam o problema.
Os dois agentes de segurança responsáveis pela brutal morte de João estão ligados à Polícia Militar assassina, que existe apenas para um objetivo, reprimir os trabalhadores. Por isso é importante se organizar em torno de uma necessidade fundamental para o fim do assassinato do povo negro, ou seja, é urgente lutar pelo fim da Polícia Militar.
Para se ter uma ideia, apenas no primeiro semestre deste ano 3.148 pessoas foram mortas pela polícia, um recorde de execuções. Os batalhões da Grande São Paulo, por exemplo, mataram 60% mais em 2020. Nem mesmo durante a quarentena as mortes diminuíram, pelo contrário, no estado de São Paulo 3 a cada 10 mortes foram causadas pela polícia.
É claro que esses números devem ser bem maiores, pois com toda certeza centenas ou até milhares de casos sequer são registrados, especialmente as execuções comandadas por grupos de extermínio. Por outro lado, em relação aos dados de 2019, os negros foram 79,1% das vítimas de intervenções policiais que resultam em morte, o que deve ter sido ainda pior em 2020.
Trata-se de resultado direto do golpe de Estado, onde os direitistas tomaram de assalto o governo federal e incentivam, direta ou indiretamente, a chacina do povo negro, seja pela PM, seja por organizações paraestatais.
É evidente que a Polícia Militar é uma máquina de esmagar o povo negro, neste sentido, como única saída possível para acabar com as mortes e a repressão, os negros do Partido da Causa Operária, organizados no coletivo João Cândido, reivindicam o fim da Polícia Militar.
É um chamado da se mobilizar, todos os negros, as mulheres, a juventude, a população trabalhadora, que são as maiores vítimas do regime, a se juntarem conosco para lutar pelo fim da máquina de extermínio do povo, a Polícia Militar, e pela derrubada de seus agentes, como Jair Bolsonaro e todos os golpistas.