Na última segunda-feira (13/5), cerca de 120 famílias do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) haviam reocupado a fazenda Santa Maria, na zona rural de Itaberaba (BA). A fazenda era improdutiva e vinha sendo alvo de desmatamento e caça ilegal. O próprio MST já havia prestado queixa ao Ibama, que nada fez. Entretanto, poucas horas depois da ocupação, a Polícia Militar já estava no local, junto com o arrendatário Rogério São Mateus Valverde, sem mandato, e iniciaram o ataque violento. Três camponeses foram presos.
Os sem-terra já haviam sido expulsos há um mês daquela fazenda, dirigindo-se para outra área, na qual também foram atacados violentamente. Esta é a vergonhosa realidade da região e do Brasil inteiro, onde camponeses não encontram área para plantar, enquanto capitalistas mantém áreas improdutivas, que seriam mais do que suficientes para realizar a reforma agrária nacional.
O poder público, além de negligente, tem servido cada vez mais como um órgão repressor, colocando o interesse privado de poucos capitalistas acima das necessidades da grande população. No caso em questão, embora o governador baiano Rui Costa seja filiado ao Partido dos Trabalhadores, tem-se mais uma demonstração de que o mesmo, age como um elemento a serviço da burguesia, que não tem reais compromissos com os trabalhadores.
A grande propriedade só poderia existir quando tiver uso social. Mas o Estado burguês funciona no sentido oposto a isso, operando para expropriar o trabalhador de qualquer meio de vida, obrigando-o a se subordinar aos capitalistas. Por isso, cabe aos trabalhadores se organizarem, pois é a única maneira de fazerem valer seu direito. É preciso construir comitês de autodefesa imediatamente, para impedir as atrocidades da PM e das milícias de fazendeiros e para lutar pela reforma agrária com expropriação do latifúndio.