Nota oficial do Partido da Causa Operária
As primeiras revelações feitas pelo portal The Intercept na noite desse domingo (09) sobre o conteúdo de conversas no Telegram entre Sergio Moro, Deltan Dallagnol e outros membros do Ministério Público Federal (MPF), são um escândalo gigantesco que comprovam definitivamente a fraude que foram as eleições de 2018.
Trata-se de uma conspiração para impedir, de todas as maneiras possíveis, a vitória do PT no processo eleitoral. Primeiro, com a prisão ilegal de Lula – a qual, conforme reportagem do Intercept, nem mesmo Dallagnol acreditava na culpabilidade do ex-presidente e Moro fez de tudo para que o processo ultrapassasse os que estavam à sua frente antes das eleições. Depois, com o silenciamento do líder popular para que fosse abafada a revolta com sua prisão e para que Jair Bolsonaro derrotasse o sucessor petista na corrida presidencial, Fernando Haddad. O PT não poderia voltar ao governo de forma alguma, e Lula deveria ser mantido preso irregularmente.
O Partido da Causa Operária sempre denunciou, desde o primeiro momento, as arbitrariedades escandalosas de todos os processos contra o ex-presidente Lula. Para aqueles que acompanham o cenário político nacional e internacional, sempre foi claro que Lula é um perseguido político e, desde o ano passado, um preso político. O golpe de 2016 serviu para retirar o PT do poder e o principal mecanismo encontrado pelos golpistas para executar esse projeto foi a Operação Lava Jato, da qual o então juiz Sergio Moro é o agente central. Com inúmeras ligações documentadas com o governo dos Estados Unidos, Moro foi o principal artífice da prisão política de Lula. Impediu o petista de concorrer às eleições, abrindo caminho para Bolsonaro se eleger presidente, e, logo em seguida, ganhou de presente o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública. A fraude já era evidente.
As revelações demonstram que o MPF é uma entidade composta por elementos de extrema-direita, puramente golpistas, anticomunistas e articulados para perseguir a esquerda, prender Lula e entregar as riquezas naturais e os recursos econômicos do Brasil aos grandes monopólios imperialistas.
Diante dos novos acontecimentos, está evidente que Lula é um preso político. Preso sem provas, sem direito à defesa, sem presunção de inocência, castrado dos direitos democráticos mais básicos, até mesmo o de votar e se candidatar. O processo do triplex, pelo qual está preso, é apenas um dos dez processos fraudulentos contra Lula. Todos eles não passam de ferramentas para incriminar ilegalmente o ex-presidente.
Portanto, os processos contra Lula devem ser anulados. Todos. Comprovou-se, agora mais do que nunca, que é um preso político e deve ser solto imediatamente. A Java Jato foi completamente desnudada. É uma operação política, composta por fascistas, para a perseguição política. Logo, se Lula foi preso ilegalmente e não pôde concorrer às eleições de 2018, elas foram arbitrárias, fraudulentas, ilegítimas. O candidato preferido do povo foi preso para que não se elegesse presidente. Em seu lugar, a burguesia (por meio de Moro e da Lava Jato, por exemplo) colocou um fascista como Bolsonaro para acabar com os direitos mais básicos do povo. As eleições, então, também devem ser anuladas e em seu lugar devem ser convocadas novas eleições gerais, com Lula candidato.
As palavras de ordem “Fora Bolsonaro! Eleições gerais, já! Liberdade para Lula” e o chamado pela anulação dos processos contra o ex-presidente estão, portanto, na ordem do dia. É preciso que a greve geral do próximo dia 14 coloque entre suas reivindicações fundamentais e imediatas esse eixo. É preciso que, desde já, a esquerda e os movimentos populares organizem atos de rua contra a fraude que foi a prisão de Lula e exijam sua liberdade.
Partido da Causa Operária
10 de junho de 2019.