“Exigimos de Rodrigo Maia que paute o impeachment”, com essas sábias palavras, a deputada estadual Luciana Genro encerra um vídeo publicado por membros do Psol.
O vídeo pede um milhão de assinaturas pelo impeachment e termina falando que é preciso tirar Bolsonaro. O Psol, que até pouco tempo evitava chamar o fora Bolsonaro, teria então mudado de política. Na realidade, não!
Primeiro: esses membros do Psol, ligados a Luciana Genro, aproveitam o momento para “surfar” a onda da crise que se aprofundou entre os próprios setores da burguesia e da direita golpista. Ainda que seja em certa medida uma contradição aparente, fato é que a divergência em qual a melhor forma de atuar diante da crise acabou escancarando uma crise entre bolsonaristas e setores da direita tradicional.
É por isso que o Psol pede para que seja aberto um processo de impeachment na Congresso, ou seja, um processo institucional, apostando nesses setores da burguesia. Em contrapartida a isso não há por parte do Psol nenhum chamado à mobilização – a não ser que consideremos assinaturas online uma grande ação de mbilização. Pelo contrário, o Psol tem como política diante da crise o que a esquerda pequeno-burguesa tem apresentado: ficar em casa e obedecer a quarentena e fazer politicagem eleitoral barata.
Não há um chamado sério para que o povo lute nem um programa independente para a crise. Está a reboque da direita e de sua política criminosa de genecídio contra o povo.
Em segundo lugar, o Psol acredita que Rodrigo Maia será o bastião da derrubada de Bolsonaro. Não o povo, não os trabalhadores, mas Maia e o Congresso dominado pela direita golpista. É jogar o povo na crença de que os golpistas resolveriam o problema da crise.
Ignoram que Maia foi um dos responsáveis pela eleição fraudulenta de Bolsonaro. Ignoram que Maia foi um dos articuladores do golpe de Estado. E mais importante, ignoram e escondem da população que Maia, seu partido, o DEM, o PSDB e o MDB têm fundamentalmente a mesma política de Bolsonaro contra o povo.
Apesar disso, o Psol quer o fora Bolsonaro junto com Maia. O lema do Psol é “acabou Bolsonaro”, mas fica todo o resto dos golpistas. Ou seja, de acordo com o título do vídeo “vamos tirar Bolsonaro para salvar o País”, o Psol propõe essa “salvação” junto com toda a direita, menos o próprio Bolsonaro.
Pura propaganda eleitoral que é o que o Psol sabe fazer… e mal feita.