A exemplo da crise no regime político golpista que se instala por todo país, a começar no governo federal, a relação entre os partidos que apoiam o presidente fascista Jair Bolsonaro, entre eles o PSL, está cada vez mais deteriorada em relação a suas alianças com outros partidos burgueses e golpistas no estado de Santa Catarina.
O governador Moisés, militar assim como Bolsonaro, está à frente de um governo em crise, sendo que nos últimos dias já sofreu três derrotas no parlamento em tentativas de reagrupar sua base de partidos.
O MDB, partido golpista que esteve na ponta de lança do golpe de 2016 e serviu, como os demais partidos burgueses, para financiar e impulsionar o bolsonarismo, agora entra em choque com o PSL, provocando uma crise interna no bloco golpista.
O famoso “centrão” é a base que sustenta hoje o governo de Moisés em Santa Catarina, representando o principal setor da burguesia catarinense e o grupo de partidos que controla as instituições e municípios em toda região. No entanto, nos últimos dias o MDB passou a boicotar iniciativas de Moisés, devido a disputas internas entre os partidos pelo controle político dos municípios, o que levou a abrir explicitamente um foco de crise no governo, sendo agravado por ações judiciais que decidiram por uma abertura da “caixa preta” dos incentivos fiscais, assim como uma auditoria para investigar o não pagamento de hospitais filantrópicos no estado.
Agora, a crise se agravou com a escolha do governador bolsonarista em por a deputada Ana Paula, a Paulinha, do PDT como líder do governo, o que provocou protestos da base do MDB.
A presença do PDT a frente do governo na Assembleia Legislativa demonstra a profunda relação que o partido, que de forma oportunista busca se dizer de “esquerda”, com os principais líderes fascistas do país.
A aliança entre o PDT e o PSL em Santa Catarina é uma clara representação da postura do partido a nível nacional. Ciro Gomes e seu irmão, que buscam utilizar bravatas para se dizerem os combatentes do fascismo, na verdade estão a frente de um partido que justamente faz alianças com os fascistas.
O caso do PDT não é nenhuma novidade, o partido tem em seu interior figuras que apoiaram a reforma da previdência, a derrubada da ex-presidente Dilma e de perseguição e prisão de Lula e a fraude nas eleições com a sua exclusão, como foi o caso de Ciro Gomes, assim como nutre fortes relações local e nacionalmente com pessoas e entidades da burguesia e da extrema-direita. No Ceará a família Gomes é a oligarquia que controla o estado e aprovou a intervenção das forças bolsonaristas contra a greve da PM. Já em Santa Catarina é o PDT líder do governo bolsonarista encabeçado por um militar.
Tudo isso põe abaixo a campanha cínica do PDT em se dizer um combatente partido da esquerda, e deixa claro que todos os partidos burgueses, inclusive aqueles com roupagem de esquerda, nutrem um sério vinculo com as forças bolsonaristas em todo países, e servem como base de sustentação para seus governos. O ano das eleições municipais é este, e veremos o mesmo caso se repetir agora nas esferas municipais, o PDT não combate o fascismo, mas sim faz frente com ele.