Nesta quarta, dia 8, em São Paulo, o Partido da Causa Operária (PCO), reúne o seu Comitê Central Nacional para fazer um balanço da evolução da situação política e aprovar deliberações sobre as atividades do Partido diante do agravamento da crise politica e econômica em todo o País.
A direção do PCO vai se debruçar sobre uma situação marcada pela intensificação da crise do governo ilegítimo de Jair Bolsonaro, evidenciado no aumento das acirradas disputas internas, no crescimento da rejeição popular de um governo eleito com o apoio da minoria do eleitorado e, apenas por meio da fraude que se constituiu a condenação, sem provas, prisão ilegal e cassação eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, bem como na intensificação dos protestos populares contra os seus ataques contra o povo brasileiro.
Os dirigentes do PCO, farão um balanço das últimas atividades realizadas não só pelo Partido como pelo conjunto dos setores que se opõem ao golpe de Estado, como a jornada nacional pela liberdade de Lula (7 a 10 de abril) e o 1º de Maio, nos quais se evindenciaram, uma vez mais, a confusão política e a política de capitulação que domina a maioria da esquerda burguesa e pequeno burguesa que se opõe a realizar uma ampla mobilização contra o regime golpista, levantando como eixos bandeiras de luta politica que unifiquem o movimento de luta dos explorados contra o regime golpista, como é o caso da defesa da liberdade de Lula e a luta pelo fora Bolsonaro.
Ao contrário disso, essas direções da esquerda evidenciam suas profundas ilusões democráticas, sua crença nas instituições do carcomido regime democrático brasileiro que, nunca, chegou a ter plena vigência como tal, sendo incapaz de garantir de forma integral o pleno funcionamento das instituições republicanas e os direitos mais elementares da imensa maioria da população, mesmo aqueles que se encontram limitadamente estabelecidos na própria Constituição Federal.
Neste momento, essas ilusões levam essa esquerda a buscar pelas mais variadas formas um compromisso com setores golpistas, seja apoiando diretamente a estabilidade do governo Bolsonaro e apoiarem até mesmo a famigerada reforma da Previdência (como fazem os governadores do Nordeste) seja buscando estabelecer uma “frente ampla” com setores golpistas (como defende a direita do PT, o PCdoB, PSOL etc.).
Esta política pressiona até mesmo os setores que lutaram contra o golpe e pela liberdade de Lula e que se veem impelidos a buscarem a “unidade” com setores claramente golpistas e sabotadores da luta do movimento operário como é o caso do deputados Paulino da Força (SDS-SP), que defende a aprovação de uma reforma “mais enxuta”, um roubo da classe trabalhadora de “apenas” R$ 600 bilhões (contra os R$ 800 defendidos por Bolsonaro) e que vê como positiva uma possível substituição do capitão pelo general e vice-presidente da República, Hamilton Mourão, como também de outros setores que defenderam a derrubada de Dilma e apoiaram a prisão de Lula e hoje se recusam a lutar pela sua liberdade e ainda apóiam o imperialismo, defendendo o “fora Maduro”, como é o caso do PSTU/Conlutas.
Em meio à essa situação, a direção do PCO vai discutir a convocação, junto com os Comitês de Luta Contra o Golpe, da 2ª Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe e o Fascismo, diante da importância de unificar e dar uma perspectiva de luta para os setores classistas que se opõem à política de capitulação diante do regime golpista e também não apóiam a “saída” ilusória que setores da esquerda apontam nas eleições fraudulentas do regime golpista como solução.
Esse Diário vai acompanhar essa importante reunião e divulgar suas deliberações nas próximas edições.