No dia 12 de novembro, militantes do Partido da Causa Operária (PCO) participaram, em Paris, da marcha “Sangue indígena: nenhuma gota a mais”. A marcha foi encabeçada por uma delegação que está percorrendo 12 países da Europa durante 35 dias para denunciar os ataques do governo Bolsonaro ao povo indígena e à Amazônia.
A marcha teve início em frente ao à Place de La Bourse (Praça da Bolsa de Valores) às 15h, sob forte chuva de granizo. Por volta das 17h, a marcha chegou à sede do Banco BNP, onde teve fim. Os representantes dos povos indígenas explicaram, em suas falas, que o BNP financiam projetos e, portanto, são cúmplices das mortes dos povos indígenas e da destruição da Amazônia.
O ataque aos indígenas e aos sem-terra, bem como o saque generalizado das riquezas e a destruição do patrimônio nacional na região amazônica, embora seja uma política de toda a burguesia de conjunto, se intensificou bastante com a ascensão do fascista Jair Bolsonaro. Como Bolsonaro ganhou projeção no regime político a partir de sua base de extrema-direita, formada por setores da classe média, policiais e latifundiários, o presidente ilegítimo resolveu dar “carta branca” para que os golpistas explorassem a região de maneira devastadora, de modo que os incêndios mais recentes na Amazônia causaram uma crise de proporções intercontinentais.
A crise gerada pelas queimadas da Amazônia abriu a oportunidade para que as aves de rapina do imperialismo, como o presidente francês Emmanuel Macron, criassem condições para aumentar a ingerência do imperialismo europeu sobre a região. No entanto, essa política não deve ser reverberada pela esquerda e pelos trabalhadores. O imperialismo dizimou centenas de florestas em todo o mundo, causou duas guerras mundiais e o próprio Macron destruiu um dos mais importantes patrimônios culturais da Europa, a Catedral de Notre-Dame. Portanto, permitir que os agentes do imperialismo resolvam a situação da Amazônia não é nenhuma solução – muito menos os ataques aos índios, uma vez que foram os próprios europeus que dizimaram cententas de milhares de índios na América Latina.
A única saída para que os trabalhadores combatam a destruição da Amazônia e o ataque aos índios é por meio da mobilização contra a extrema-direita. Por isso, é preciso organizar comitês de autodefesa no campo e derrubar o governo Bolsonaro, que é o grande promotor dessa política no Brasil.
No ato do dia 12, os militantes do PCO levaram a sua faixa de “Fora Bolsonaro”, mostrando que a luta em defesa dos povos indígenas está diretamente relacionada com a derrubada dos golpistas.