No último dia 20 de novembro, companheiros do PCO da cidade de Sorocaba se mobilizaram com faixas, bandeiras e jornais no ato público anual conhecido como “Marcha Preta”, que é organizado por entidades vinculadas ao movimento negro na cidade. Nos foi concedido espaço de voz ao microfone ligado ao carro de som, e aproveitamos para denunciar o massacre programado das populações negras executado rotineiramente pela polícia militar, o golpe de Estado de 2016, a farsa nas eleições, o financiamento do imperialismo à execução das medidas mais antipopulares possíveis que têm afetado duramente a realidade econômica do país, aumentando a desigualdade social e a fome, e também o envolvimento direto da família Bolsonaro no assassinato de Marielle Franco, fato que recentemente vem tomando espaço na grande imprensa capitalista, porém já há muito tempo destacado pelo Partido da Causa Operária.
A atividade se iniciou na Capela João de Camargo, reduto das religiões de origem africana e de grupos culturais negros, e teve término na praça Frei Baraúna, onde comumente se realizam feiras culturais e apresentações artísticas. Durante a marcha não foram poucas as adesões dos participantes às nossas palavras de ordem de Fora Bolsonaro e Justiça para Marielle Franco, que, além de nos apoiarem, também carregaram nossas faixas até o término do evento.
Tivemos uma resposta positiva, tanto por parte dos participantes quanto dos organizadores da manifestação. Desta forma, poderemos aproveitar para divulgar a revista do Coletivo de Negros João Cândido, o jornal Causa Operária e as atividades futuramente programadas pelo coletivo.
Para concluir, é imprescindível destacar que a luta pela sobrevivência do povo negro depende de uma política clara, pautas secundárias servem apenas para manobrar as massas e iludir os incautos. A política de faz de conta da esquerda pequeno-burguesa precisa ser denunciada, é preciso esclarecer que valorizar exclusivamente questões subjetivas como reivindicações de ordem cultural e identitária é, na verdade, uma artimanha da esquerda demagoga para ocultar as questões mais urgentes do movimento negro, como a dissolução da Polícia Militar e o fim dos presídios, instrumentos de repressão contra a população pobre, que, em sua maioria é composta por negros, e deixar claro que, se essa esquerda se lança a dificultar e desmobilizar a luta, se utilizando desses meios calhordas, fica óbvio que o apoio deles é para o atual governo fascista.