Na contramão das campanhas eleitorais dos outros partidos, onde prevalece a figura do “cabo eleitoral” como porta-voz de meras demagogias, o PCO tem uma tática militante. Nestes períodos onde a discussão sobre a política parlamentar atinge amplos setores da população, o partido revolucionário apenas intensifica a propaganda do seu programa político.
Com o início da pandemia da COVID-19, o Partido da Causa Operária logo se organizou em torno da proposta de formação Conselhos Populares de bairros para reivindicações básicas para a população mediante o avanço do desemprego, da falta de testes, de respiradores, da fome e das mortes por causa da ausência de medidas contra o coronavírus.
Agora, no período eleitoral, o partido lança os Comitês de Campanha Eleitoral nas cidades onde tem suas candidaturas. O objetivo destes Comitês é conversar com o maior número possível de trabalhadores, promover panfletagem e atos públicos, indo de porta em porta nos bairros populares para fazer o chamado a classe operária para a construção de um partido operário e apresentar o programa do partido.
Conselho Popular União da Vitória, Londrina, Paraná
Não foi diferente na ocupação urbana União da Vitória, em Londrina (PR), em que os companheiros militantes foram ouvir as reivindicações dos trabalhadores e organizaram a formação de um conselho popular, sempre deixando claro que o partido não promete nada, como os outros partidos ligados ao regime burguês, o importante é a mobilização e organização popular em torno do Fora Bolsonaro e restauração dos direitos políticos de Lula.
Entre os problemas retratados pelos moradores da ocupação urbana está a constituição de um CEP em diversas ruas da ocupação, já que cerca de 70% dos moradores não possuem o CEP e portanto na pratica são consideradas pessoas sem direito pois a ausência do documento impede que os moradores possam ter acesso a benefícios de assistência social, fazer uma carteira de trabalho, abrir uma conta bancária, receber o bolsa família, receber o auxílio emergencial, etc.
No google maps, o local está como um terreno baldio. É como se fosse uma cidade fantasma, mas que ”oficialmente” consta 16 mil habitantes, mas de acordo com a população que reside hoje já é uma região em que vivem cerca de 20 a 30 mil pessoas. 60% sem saneamento básico. Muitas pessoas sem direito, sem moradia, a maioria sem luz, portanto tendo que recorrer ao famoso ”gato”. Enfim, um local precário como tantos outros abandonados por um país extremamente oprimido pela burguesia e o imperialismo.
Bairro operário nasceu como ocupação
O nome ”A união fez a vitória.” é uma constatação que indica as circunstâncias históricas do surgimento do bairro e da origem do nome. Os moradores conseguiram através da união primeiramente de 15 famílias provenientes da Favela OK, atual assentamento Nova Conquista. A união entre os moradores surgiu num momento de dificuldade. Os terrenos ocupados eram usados para cultivo de milho, mandioca e abóbora.
Então a união da vitória é a união de conseguir um lugar para morar. Mas agora é o momento da união para conseguir serem atendidas as outras reivindicações do povo, que não é atendido por demagogos que não fazem campanha política na região, isto é, os partidos da esquerda pequeno-burguesa e da direita sequer visitam o local durante as eleições, justamente por considerarem um lugar fantasma, sem voto.
Sem comida, sem luz, sem CEP, sem água, sem dignidade, a população do União Vitória começa a se organizar pelas reivindicações fundamentais da classe trabalhadora para o momento como Fora Bolsonaro, retomada dos direitos políticos do presidente Lula e o fim da polícia militar, órgão assassino que mata, tortura e estupra o povo.