O Comitê Central Nacional do Partido da Causa Operária (PCO) se reuniu nessa segunda-feira, dia 11, para fazer um balanço da situação política e traçar diretrizes diante do avanço da crise de saúde, econômica e politica. A reunião contou com a participação de todos os seus membros titulares e de convidados das organizações partidárias de todas as regiões do País e de núcleos de militantes no exterior.
Foi realizada uma ampla discussão sobre a gravidade da situação. Discutimos os dados apresentados pelos governos da direita e na imprensa capitalista, anunciados como “subnotificados”, e que evidenciam uma verdadeira falsificação da burguesia e dos seus governos que estão promovendo um verdadeiro genocídio do povo, visando exclusivamente proteger o lucro dos bancos e outros grandes monopólios em meio à crise histórica do capitalismo, que a pandemia acelera.
A reunião analisou também a evolução reacionária no interior da maioria da esquerda burguesa e pequeno-burguesa, boa parte da qual se posicionou formalmente, e com atraso, a favor do “Fora Bolsonaro” no último período, pressionada pelo posicionamento pseudo-oposicionista de setores da direita golpista que querem apenas impor “limites” ou “controlar” Bolsonaro no sentido dos seus próprios interesses. Diante do relativo recuo da burguesia diante o avanço da crise, essa esquerda, sob os mais variados pretextos, de certa forma, recuou, não adotando nenhuma medida de mobilização e se curvando ante o fato de que a “oposição” não quer mobilizar.
Ao contrário de mobilizar o povo contra os ataques de Bolsonaro e os governos da direita, a maioria da esquerda intensificou a busca de uma aliança com a direita golpista e genocida, como se viu no “ato das centrais” do 1º de Maio, realizando com verdadeiros inimigos dos trabalhadores, como FHC e outros. Além disso, acentuou o apoio à política reacionária da direita do “fique em casa”, voltada apenas para setores da burguesia e da classe média, e chegou ao ponto de apoiar as medidas repressivas contra a população como o lock-down do prefeito Bruno Covas e do governador João Doria, ambos do PSDB, e de pedir ao Ministério Público que proíbisse manifestações em Brasília, a pretexto de conter a direita.
Isso tudo, quando o aumento do genocídio, da fome, do desemprego e da miséria entre parcelas cada vez maiores da população intensificam as tendências e a necessidade dos explorados de se mobilizarem contra a ofensiva da burguesia e dos seus governos.
Diante do balanço realizado, o CCN do PCO deliberou intensificar o trabalho nos bairros e categorias operárias, junto com os Comitês de Luta, no sentido da formação dos Conselhos Populares locais de moradia e Comitês nos locais de trabalho para impulsionar a organização pela base dos explorados, visando promover uma efetiva mobilização.
O PCO vai realizar, junto com esses organismos, bem como coletivos sindicais, da juventude, das mulheres e negros, campanhas em torno das reivindicações mais sentidas da população, diante da total falta de medidas dos governos burgueses no sentido de enfrentar a pandemia, tais como a falta de testes, de leitos, de respiradores, de atendimento para a população trabalhadora etc.
Ficou deliberado também realizar uma campanha em defesa da Venezuela, propondo atos, palestras e outras iniciativas contra a crescente ameaça de invasão imperialista, da qual as ações dos últimos dias, na fronteira com a Colômbia, são apenas os primeiros passos. A proposta será dirigida também aos diversos Comitês de Luta e de Solidariedade ao povo venezuelano.
A reunião discutiu também a recente confirmação da condenação do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva pelo Tribunal Federal de Recursos da 4ª Região (TRF-4), de Porto Alegre, a mais de 17 anos, no processo fraudulento do sítio de Atibaia e reafirmou a posição do Partido de atuar contra essa condenação, pela liberdade de Lula, anulação de todos os processos e devolução de todos os direitos políticos ao ex-presidente.
Para mobilizar o Partido e todo o ativismo classista, foi decidido iniciar um esclarecimento geral por meio de palestras geral e municipais e adotar, entre outras iniciativas:
- Apoiar a publicação do Jornal dos Comitês de Luta, com tiragem de 100 mil exemplares, bem como de cartazes com as reivindicações populares frente à pandemia;
- Incentivar e apoiar a realização de atos e todo tipo de mobilização local, por bairros, categorias etc., pelas reivindicações mais sentidas diante da crise, como forma de preparar uma mobilização mais ampla, geral, pelas reivindicações operárias e populares e pelo “Fora Bolsonaro”;
- Ampliar os mutirões nos bairros populares;
- Intensificar a campanha na Causa Operária TV e redes sociais, inclusive divulgando um grande número de vídeos e depoimentos sobre a campanha;
- Preparar a realização de um grande ato “Fora Bolsonaro”.