O PCdoB, Partido Comunista do Brasil, está em uma grande crise. Após defender a entrega da Base de Alcântara para os Estados Unidos, que foi apoiada inclusive pelo pré-candidato do partido para as longínquas e duvidosas eleições de 2022 Flávio Dino, o PCdoB vem a campo novamente para confirmar esse apoio, conforme afirmado nesta nota.
É uma manobra muito arriscada. Afinal, o partido já vem em uma crise com a própria militância devido às políticas direitistas implementadas pela direção, tais como o apoio à Rodrigo Maia, do DEM, que era o candidato do próprio Bolsonaro para a presidência da Câmara dos Deputados. No entanto, defender a entrega da Base de Alcântara para o imperialismo norte-americano já é como batom na cueca: por melhores que sejam as explicações do marido, não há mulher que acredite.
A nota publicada no sítio do PCdoB, no entanto, ainda procura justificar o injustificável. O deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) afirmou que “Voto favorável à aprovação por se tratar de medida indispensável ao nosso país para utilização comercial do Centro de Lançamento de Alcântara, em nosso Maranhão. O AST (Acordo de Salvaguardas Tecnológicas) não trata de soberania nacional, nem pra feri-la nem pra protegê-la. É acordo comercial que pode impulsionar o programa aeroespacial brasileiro”. Diante de uma explicação como essas, a esposa poderia perguntar: mas como seria possível que o imperialismo norte-americano controle a administração de uma base militar brasileira sem que isso não tenha nada a ver com a soberania nacional?
Quando questionado sobre o problema da soberania nacional, Jerry disse que “Quem resguarda a soberania é o Governo Federal e o Congresso Nacional”. Quem, em sã consciência, pode acreditar sequer por um minuto que o governo Bolsonaro e a Câmara dos deputados presidida por Rodrigo Maia farão qualquer coisa para nos proteger dos ataques do imperialismo? Se na realidade o próprio Bolsonaro abriu brechas para a intervenção imperialista no Brasil, como vimos no caso da Amazônia?
A entrega da Base de Alcântara para os Estados Unidos é um crime hediondo cometido pelo governo Bolsonaro. Ela prevê, dentre outras barbaridades, que os EUA controlem o fluxo de pessoas na base, controlando quem entra e quem sai de uma base brasileira em próprio território brasileiro! Um crime desta gravidade não poderia jamais ser apoiado por aqueles que se dizem nacionalistas, quanto mais para os que se intitulam comunistas. O apoio à esta entrega é completamente injustificável e pode custar mais caro ao PCdoB do que apenas dormir umas noites no sofá. É preciso que os militantes de base do PCdoB exijam do partido que honre o seu nome e digam não à essa política totalmente entreguista e pró-imperialista.