Na quarta-feira (05/02), um grupo de 25 parlamentares de 9 partidos diferentes protocolaram no Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de impeachment de Abraham Weintraub, Ministro da Educação do governo Bolsonaro.
Partidos de esquerda como PT e PCdoB estavam de mãos dadas com Rede e que apoiam as políticas de ataques aos trabalhadores do governo Bolsonaro como PSB e PDT e abertamente golpistas como Cidadania, PV, MDB e até PSDB.
Outra coisa que chama a atenção é que a articulação foi realizada com base em um relatório da parlamentar Tábata Amaral, representante da “nova política” financiada por grandes empresas internacionais e propagandeada pela imprensa golpista como nova figura da esquerda, mas que defende a reforma da previdência e a manutenção de Bolsonaro na presidência.
Diante dessa ação e a participação de uma ‘aliança’ entre partidos de esquerda e que deram o golpe em 2016, apoiando o governo Bolsonaro e sua política em quase 100% dos projetos do congresso é importante debater porque pedir o impeachment do fascista que ocupa o cargo de ministro da educação, indicado por Bolsonaro, e não pedir o fora Bolsonaro.
Em primeiro lugar, o pedido de impeachment foi encabeçado pelos parlamentares do PCdoB Márcio Jerry (MA) e Perpétua Almeida (AC), que tinham grande entusiasmo na ação. Essa política de aliança com partidos da direita golpista é a tal da frente ampla defendida pelo PCdoB para tentar colocar o governo Bolsonaro ‘na linha’.
Não pedir o fora Bolsonaro e sim a convivência até pelo menos 2022 com o governo faz parte do acordo que permite a Frente Ampla pela Democracia defendida com unhas e dentes pelo PCdoB. Não lutar pela derrota do governo Bolsonaro faz parte da exigência de partidos da direita que deram o golpe em 2016, ajudaram na fraude nas eleições em 2018 e apoiam todas os ataques apresentados pelo governo Bolsonaro no ano de 2019. Esses partidos são MDB, Cidadania, PDT, PSB e PSDB.
Outro ponto para discussão com a esquerda seria qual o sentido de sair Abraham Weintraub e entrar outro ministro fascista indicado pelo próprio Bolsonaro? Inclusive há um bom exemplo no próprio Ministério da Educação.
Weintraub tomou posse no Ministério da Educação nomeado por Bolsonaro em abril do ano passado em substituição ao colombiano Ricardo Vélez Rodriguez, tão imbecil e direitista como o atual. A entrada de Weintraub no MEC não mudou em absolutamente nenhuma direção política no ministério, pois foi indicado pelo próprio Bolsonaro para dar a continuidade na sua política de destruição da educação pública e de ataque aos trabalhadores.
A esquerda que defende o fora Weintraub quer apresentar a tese que basta apenas mudanças pontuais e a substituição de elementos de confiança da extrema direita para mudar a direção política de Bolsonaro, uma demagogia de tentar reformar o governo. O que não ocorreu minimamente com a saída de Vélez Rodriguez.
A política da Frente Ampla e as mudanças pontuais de ministros do governo é uma direção suicida da esquerda que está visando as eleições e as alianças com partidos golpistas. Na verdade buscam a sustentação do governo Bolsonaro com algumas reformas.
A política, principalmente do PCdoB, mas de outros setores da esquerda que buscam acordos com os golpistas é a tentativa de substituir a luta contra o golpe, a luta pela derrubada de Bolsonaro e todos os golpistas, derrota dos ataques aos trabalhadores pela política eleitoral mais rasteira e oportunista possível.