O Partido Comunista do Brasil (PCdoB), na cidade de São Luís (MA), manifestou apoio ao candidato Duarte Junior (Republicanos) neste segundo turno nas eleições municipais. Neste segundo turno nas eleições municipais, estão concorrendo a prefeitura de São Luís dois candidatos direitistas: Eduardo Braide (Podemos) e Duarte Junior, tendo sido o segundo o apoiado pela legenda.
As manifestações de apoio podem ser vistas, por exemplo, nas redes sociais de Flávio Dino e de outros representantes do partido. Em resposta a críticas recebidas, o deputado federal Márcio Jerry, também presidente do PCdoB no local, chegou a afirmar que o candidato do Republicanos representa uma renovação e, mais que isso: “Duarte é o candidato que representa neste 2º turno o processo de renovação e mudanças permanentes liderado por Flávio Dino”. Além de declarar seu apoio ao candidato direitista, ele ainda afirma que a política desempenhada pelo sujeito em questão está em consonância com a do seu partido.
O então candidato a prefeitura, Duarte Júnior, enquanto deputado, fez parte do governo de Flávio Dino. Ou seja, mais uma demonstração de que a tempos o PCdoB vem flertando com elementos direitistas naquela cidade. Realidade que também pode ser estendida à outras cidades do Brasil.
O PCdoB, apesar de ter em seu nome o comunismo, nada se assemelha com a política que deveria ser desempenhado por um partido comunista. Podem ser associados aos parasitas que aproveitam qualquer oportunidade para retirarem seus nutrientes. Vivem em função do outro, sem uma política própria. E se aproveitam de qualquer ser vivo para suprir suas necessidades sem considerar a espécie em questão. Nesse sentido, ora se aproveitam dos benefícios que a esquerda pequeno burguesa pode oferecer, ora se aproveitam dos nutrientes fornecidos pelos elementos direitistas.
Esse parasitismo pode ser evidenciado nessa manifestação de apoio a um candidato que possui em seu partido diversos políticos que compactuam com a política de Jair Messias Bolsonaro. Portanto, um partido que é totalmente contrário aos interesses da população. Indo de encontro com partidos direitistas, o PCdoB caminha para o abismo político e junto disso, colabora com o crescimento da direita no país.
Essa política de colaboração com a burguesia, traindo os trabalhadores em troca da promessa de meia dúzia de cargos no regime político é o que ficou conhecido como “frente ampla”, da qual o PCdoB é o principal defensor do ponto de vista teórico. Chama a atenção, inclusive, que, em nome da “frente ampla”, a esquerda pequeno-burguesa irá apoiar o DEM no Rio de Janeiro, tendo como pretexto que o candidato de Republicanos na cidade, Marcelo Crivella, seria bolsonarista
A política que deveria ser desenvolvida por um partido considerado de esquerda, na atual fase do Brasil, seria a denúncia do golpe de Estado de 2016 e, deveriam aproveitar o momento das eleições para denunciar o caráter fraudulento da mesma.
A política de um partido de esquerda, neste momento, não deveria ser aliança com elementos direitistas e muito menos apoio para conseguir votos. A política correta, nesse momento, é chamar a população a lutar contra o golpe de Estado, contra a fraude eleitoral e, mais que isso, chamar a população para defender o direito de Lula ser candidato em 2022 (pois é o único com potencial de derrotar o bolsonarismo). No entanto, PCdoB e demais grupos políticos considerados de esquerda preferem aliar-se à direita do que fazer frente a essa política. Agindo desta forma, assemelham-se a eles.
