Como num passe de mágica, muitos setores da burguesia e da esquerda pequeno-burguesa passaram a apoiar, ou ao menos considerar um possível apoio, a candidatura de Ciro Gomes, o ex-governador cearense. Nascido em Pindamonhangaba, no interior paulista, Ciro Gomes obteve entusiásticas declarações de um possível apoio por parte de Flávio Dino, uma da maiores lideranças do PC do B.
Na mesma direção seguiu o vice-presidente-pato-amarelo da FIESP e apoiador do golpe de estado e reforma trabalhista, o Benjamin Steinbruch. Dono do grupo Vicunha Têxtil e da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Steinbruch declarou que se sentiria honrado em ser o vice de Gomes. Essa possibilidade levou-o a se filiar ao Partido Progressista no dia 4 de abril.
Todavia, assim como na vida real, na política também não existe magia. A concatenação de apoios com os quais Ciro Gomes foi agraciado reflete uma macabra conexão entre o PC do B e a FIESP, ou subordinação. No mesmo interstício, as respectivas lideranças vieram a público rasgar elogios ao pindamonhangabense. Logo, a seguinte pergunta se impõe: o PCdoB está disposto a apoiar chapa da FIESP?