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Medo da polarização

PCdoB disfarça frente ampla com “frente em defesa da vida”

Sobre a candidatura de Lula, nada

O sítio Vermelho, ligado ao PCdoB, trouxe, no último dia 12 de março, uma reportagem sobre o informe político da presidenta nacional da sigla, Luciana Santos, para a Comissão Política Nacional do PCdoB. No momento em que Lula conquistou de volta seus direitos políticos e a operação golpista da Lava Jato, bem como todo o Judiciário e a direita atrelada a ela, enfrentam uma crise sem tamanho por conta da farsa de toda a operação desmascarada, o PCdoB mantém sua política de frente ampla e busca coloca a esquerda a reboque dos partidos golpistas em nome da luta contra Bolsonaro.

Dessa vez, a desculpa para a frente ampla é a situação sanitária no País.

“A luta pela vida se impõe. No centro da política hoje está a necessidade de um amplo movimento político, institucional e social em defesa da vida” (…) “É preciso construir uma ampla convergência para isolar Bolsonaro e sua política de morte. Todas as vozes que somem neste sentido são bem-vindas.”

Para Luciana Santos, portanto, a catástrofe social no País justifica um “amplo movimento” e “ampla convergência”. A “defesa da vida” seria o centro dessa frente. A tarefa de tal frente seria isolar Bolsonaro, ou seja, apenas o presidente fascista e seus aliados íntimos estariam de fora dessa convergência ampla. Isso significa que inclusive elementos da direita golpista tradicional cabem na unidade do PCdoB.

Mas vejamos, se a frente ampla é “em defesa da vida” qual é o papel da direita nisso tudo. O que de diferente faz João Doria e outros direitistas para a pandemia? Absolutamente nada. Os governadores da direita, em primeiro lugar Doria, tiveram mais de um ano para se estruturar no combate à pandemia. No entanto, a situação agora é a mais grave desde o início. João Doria, ao mesmo tempo que fazia muito discurso em defesa de um lockdown, obrigava alunos e professores a voltarem às aulas.

Uma convergência com esses direitistas não é em defesa da vida, é o contrário. No máximo, seria uma frente com quem faz discurso e demagogia, mas não faz nada, contra Bolsonaro, que fala que não vai fazer e não faz nada mesmo.

Enquanto o PCdoB procura novas bases para a sua frente ampla com a direita, Luciana Santos simplesmente se esqueceu de Lula, ou melhor, da possibilidade de uma frente real, essa sim viável, pela candidatura de Lula. Ao contrário, a dirigente do PCdoB está preocupada com a polarização política a mesma preocupação da burguesia assim que a possibilidade de Lula ser candidato se colocou.

“Conforme Luciana, cabe ao PCdoB e à oposição explorar as contradições em jogo, somando forças para a constituição de uma frente ampla capaz de derrotar Bolsonaro. ‘A polarização – que anima as forças do fascismo e que marcou as eleições de 2018 – deve ser evitada. O centro da luta política no momento não está relacionado com o debate sobre candidaturas – mas, sim, sobre esforços para reduzir os nefastos impactos da pandemia.’

O trecho acima revela muito claramente o teor da frente ampla. “Não é hora de debater candidaturas” e “a polarização deve ser evitada”. O PCdoB ensaboa nos argumentos, evitando falar claramente, mas sua posição é contra Lula.

Basta ver o que estão dizendo os jornais da imprensa golpista. A candidatura de Lula é um perigo pois significa a polarização política com o bolsonarismo, diz a imprensa. E mais, a direita tradicional defende que é preciso se voltar para o centro, contra os extremos. Luciana Santos fala a mesma coisa, sem citar Lula. “Não é o momento de debater candidaturas, precisamos evitar a polarização”. Bom, a única candidatura real para ser debatida pela esquerda é a de Lula. A frase da presidenta do PCdoB pode ser interpretada assim: “é preciso evitar a polarização e nos voltarmos ao centro político, por isso não devemos defender uma candidatura de Lula”.

Eis o conteúdo real da política do PCdoB e da frente ampla.

Ao contrário dos desejos do PCdoB e da direita golpista, a situação no País é cada vez mais polarizada. A preocupação da burguesia é justamente que a polarização pode aprofundar a crise no regime político o que significa um risco enorme para o próprio domínio da direita tradicional. A direita se esforça por conseguir um candidato direitista mas de sua confiança, caso não consiga, ela deve novamente apoiar Bolsonaro.

A política de frente ampla está cada vez mais desmoralizada porque busca colocar na direita, que é chamada impropriamente de centro, a saída para o problema, escolhendo um candidato de confiança da burguesia. É isso o que quer o PCdoB e por isso ele não quer a polarização e se recusa a defender a candidatura de Lula.

Por isso, a única maneira de vencer Bolsonaro e a direita golpista tradicional é através de uma política que polarize a situação à esquerda, ou seja, com que defenda os interesses dos trabalhadores e que coloque na ordem do dia a derrubada de todos os golpistas.

Lula é a candidatura capaz de polarizar com a direita não por seu programa, mas pelo que ele representa na situação política. Por isso o terror da burguesia diante da possibilidade da candidatura de Lula.

É preciso desde já lançar a candidatura de Lula como forma de constituir um amplo movimento político, uma mobilização que esteja muito além das próprias eleições. Se a desculpa dos que defendem a frente ampla, como é o caso do PCdoB, é derrotar Bolsonaro, está muito claro que o único que tem condições para isso é Lula.

Por outro lado, as manobras que visam uma candidatura de “centro” estão procurando manter o golpe de Estado, sem o inconveniente político de Bolsonaro. Ou seja, fazer a mesma coisa que Bolsonaro, atacar os direitos do povo e sustentar o regime golpista, mas com uma cara um pouco mais simpática do que Bolsonaro.

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