No próximo domingo, dia 8 de março, estão marcados atos do Dia da Mulher Trabalhadora em várias cidades do País. Como tem sido comum, os movimentos de mulheres ligados à esquerda pequeno-burguesa tendem a dar um caráter despolitizado a essas manifestações, levantando de modo geral palavras de ordem vagas e abstratas como “combate ao machismo” e evitando reivindicações tradicionais do movimento das mulheres como a defesa do direito ao aborto, a luta por melhores condições de trabalho que passa pelo direito à creche, por exemplo.
No Brasil do golpe de Estado e do presidente fascista Jair Bolsonaro, ganha importância também a luta contra os golpistas que estão atacando a população e particularmente as mulheres, setor mais afetado por medidas como a reforma da Previdência ou trabalhista. Portanto, é ponto central de qualquer luta de mulheres a luta por derrubar o governo Bolsonaro.
Mas a esquerda pequeno-burguesa se recusa a levantar tal palavras de ordem e insiste em uma pauta demagógica. A pretendente a candidata a prefeitura de Porto Alegre pelo PCdoB, Manuela D´Ávila, publicou uma arte convocando para o ato na cidade com os seguintes dizeres: “8 de Março em defesa da democracia” e logo acima da foto de Manuela os dizeres “#ElaSim”.
O ato que deveria ser um palco para a luta pelos direitos das mulheres, em especial das mulheres trabalhadoras, se transforma não apenas num espaço de um luta demagógica, sem reivindicações concretas, mas na campanha eleitoral, o que explica o objetivo da demagogia.
A recusa por levantar claramente a luta contra o governo e pelo fora Bolsonaro, substituído pela vaga palavra de ordem de “defesa da democracia” também é parte das pretensões eleitorais do PCdoB. É a política de frente ampla com partidos e organizações da direita golpista que não querem chamar a derrubada do governo.
Diferente do que defende a esquerda pequeno-burguesa, é preciso que as mulheres saiam nas ruas, em conjunto com os demais setores explorados da população para exigir a derrubada de Bolsonaro e todos os golpistas, o que significa derrotar as medidas anti-povo que atacam particularmente os direitos das mulheres.