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Acirramento da luta política

Pazuello e a polarização nas Forças Armadas

Os próprios generais temem uma radicalização da base das Forças Armadas, pois podem perder o controle

Bolsonaro está crescendo dentro das Forças Armadas. Merval Pereira, conhecido como “a voz de Deus” por ser o porta-voz oficial da família Marinho, donos d’O Globo e membros da burguesia, revelou uma profunda preocupação em sua última coluna escrita para o jornal com o crescimento do bolsonarismo nas bases do exército e demais componentes das Forças Armadas. Segundo ele, um estudo do Departamento de Estudos Estratégicos de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense mostra que a popularidade do presidente não para de crescer dentro desses setores, ou como coloca Merval “a ‘bolsonarização’ dos estratos inferiores da corporação”.

O colunista ainda coloca que isso está acarretando uma quebra da disciplina entre os militares e para exemplificar relembra o caso do Gal. Pazuello que saiu na manifestação de apoio ao presidente. O que devemos entender por essa “quebra de disciplina” na verdade é o crescimento da ala bolsonarista sobre as demais. Essa ala que cresce é aquela que defende abertamente o Regime Militar de 64 e a possibilidade de um Golpe Militar, uma corrente mais declaradamente fascista capaz de intervir se considerarem necessário. A presença de Pazuello na manifestação incomodou a alta cúpula militar porque poderia atiçar as bases, que por sua vez pressionam toda a cúpula do exército e podem sair do controle.

Caso a corrente bolsonarista se torne majoritária dentro do exército uma intervenção militar será fato praticamente inevitável. Não será possível para a esquerda reverter a situação com otimismo e crença beata nas pesquisas de opinião ou nos “princípios democráticos” das instituições para a extrema-direita. A situação é periclitante. Mesmo que as pesquisas mostrem um cenário vitorioso para Lula e de esvaziamento da extrema-direita, a realidade não é tão simples. Lula é, sem dúvida, o candidato mais popular, contudo a base de Bolsonaro também cresce. Por isso a polarização.

Bolsonaro não para de fazer agitação política desde o início da pandemia, sua situação é ruim por causa da crise, contudo a manobra da burguesia de colocar toda a culpa no presidente golpista não funciona e muitas vezes sai pela culatra, basta olharmos para Doria. O governador de São Paulo que estava a todo vapor para se tornar a 3ª via nas próximas eleições fracassou em entregar as vacinas e se projetar como salvador dos brasileiros, Bolsonaro por outro lado ainda pode chegar com a vacina da Pfizer e sair com os louros da operação, o que inevitavelmente trará um alívio para a situação econômica.

Já a esquerda está abraçando um bloco de concreto que afunda nas profundezas do abismo político, o centrão. Os partidos da esquerda pequeno-burguesa buscam, como verdadeiros viciados eleitorais, o apoio de quem outrora tinha o controle da situação, querem estabelecer um namoro inexistente com os cadáveres putrefatos do PSDB, DEM e MDB. O único vencedor desse namoro é a direita falida. Como se fosse um namoro entre um vampiro caquético pela abstinência de sangue e uma jovem cheia de sangue novo para dar, ao se aproximar desses setores a esquerda vai perdendo o vigor e popularidade tendo que fazer acordos espúrios e tendo sua imagem vinculada aos maiores inimigos da população, esses vampiros, por outro lado, vão tentando rejuvenescer para depois jogar o cadáver sem vida da esquerda em alguma sarjeta escura quando vier o momento das eleições.

Caso Bolsonaro dê um golpe militar não será o centrão que virá em nossa defesa, nem uma ala democrática das Forças Armadas, que só existe nos contos de fadas da esquerda. A situação política é extremamente volátil e polarizada, não há total segurança de que Lula poderá ser candidato ano que vem, muito menos de que ele possa assumir se vencer. A extrema-direita cresce como consequência da falência dos partidos tradicionais e a esquerda ao invés de aproveitar a situação polarizada insiste em apostar no erro. Precisamos entender esses riscos e adotar uma postura mais ofensiva assim como tem feito Bolsonaro, mas contra ele e a direita de conjunto. O momento é de grandes mobilizações, greves, ocupações, é de disputar no terreno material, o das ruas e das fábricas.

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