O trabalhador rural sem-terra Alexandre Coelho Furtado Neto foi assassinado por pistoleiros que o aguardavam em uma emboscada, quando chegava ao seu barraco. Alexandre foi atingido no peito por balas de espingarda e acabou morrendo no próprio local.
O local do assassinato é a Ocupação 1200 onde vivem mais de 70 famílias, localizada no município de Ourilândia do Norte, no violento Sul do Pará. A ocupação é dentro de um latifúndio com 1200 alqueires de terras públicas que o latifundiário e grileiro de terra Eutimio Lippaus diz que é sua e coloca pistoleiros para atacar as famílias.
A violência contra o acampamento se intensificou em 2019 com a subida de Bolsonaro a presidência e vem sofrendo diversos ataques e ameaças que são colocadas em prática. Recentemente barracos das famílias foram incendiados e tiveram todos os seus poucos pertences destruídos pelo fogo colocado pela pistolagem.
A violência se agrava no campo e na mesma semana, cerca de 200 famílias de trabalhadores sem-terra participaram de uma audiência onde a justiça golpista quer colocá-los na rua através de despejos. As famílias vivem no Acampamento Jane Júlia, na Fazenda Santa Lúcia, local onde no dia 24 de maio de 2017 ocorreu o Massacre de Pau D’Arco e 10 trabalhadores foram assassinados pela polícia a mando de latifundiários da região.
Esse é o cenário para o campo brasileiro e na luta pela terra. É um agravamento da violência e da ofensiva dos latifundiários, que conta com apoio do governo e da justiça.
Para isso é necessário a formação formação de comitês de autodefesa no campo, com o objetivo de organizar a defesa dos assentamentos, acampamentos, aldeias e outros locais onde vivem as famílias na luta pela reforma agrária.