No último dia 18 de julho, o jornal diário do Partido da Causa Operária, o Diário Causa Operária, sofreu um ataque verdadeiramente nefasto. Hackers invadiram o sítio e apagaram mais de 4 mil artigos, além de apagar boa parte do código-fonte da página que estava em um período de reestruturação. Esse volume representa cerca de quatro meses de trabalho, além de uma perda financeira enorme devido às inúmeras horas que militantes empregaram na construção da mídia.
A ação se deu de uma forma genuinamente destrutiva: por mais que o DCO já tenha sofrido ataques no passado, foram invasões similares à pichações, facilmente reversíveis. Entretanto, nessa ocasião, houve a motivação de acabar com o sítio, procurando desativá-lo. Como temos dito, é um empastelamento virtual, similar ao que já ocorreu com demais mídias comunistas ao longo do tempo.
À luz desse acontecimento, inúmeras instituições, organizações e partidos da esquerda prontamente se colocaram em defesa ao PCO, denunciando de forma categórica o ato fascista sofrido pelo diário. Recentemente, a Comissão Política Regional do Partido Comunista Brasileiro do Estado de São Paulo (PCB-SP) divulgou uma nota em seu facebook se solidarizando com o ocorrido, demonstrando um posicionamento progressista frente aos ataques feitos pela direita contra a imprensa partidária.
O apoio do PCB não vem com surpresa. Afinal de contas, o partido já passou, em sua história, por diversas situações que representavam censura descarada, principalmente durante a ditadura militar. À título de exemplo, durante o regime sanguinário dos militares, diversos militantes do partido foram perseguidos, torturados e, até mesmo, assassinados brutalmente pelas mãos dos generais. Além disso, vale citar que, em 1947, o PCB teve seu registro cassado pela Procuradoria da República devido à supostas irregularidades em seu programa – ou seja, devido à um programa de fato comunista. Dias depois, o Ministério da Defesa iniciou o processo de fechamento das sedes do partido, aniquilando por completo o direito à organização política.
No fim, o movimento comunista sempre sofreu ataques ferrenhos contra sua luta pela emancipação da classe trabalhadora. O capitalismo e o imperialismo, como um todo, tem como principal objetivo reprimir toda e qualquer manifestação marxista que possa atrapalhar sua jornada pela retroalimentação do capital e pela exploração dos trabalhadores. Para tal, fazem de tudo, inclusive censurar – como visto – a mídia revolucionária como um todo.
Além do PCB, vários dirigentes, parlamentares e ex-ministros do Partidos Trabalhadores, como deputada e presidente do Partido, Gleisi Hofmann, Gilberto Carvalho (foto à esquerda) e Eugênio Aragão, os deputados “Vicentinho” (PT-SP) [foto à direita]e Erika Kokay (PT-DF), além membros de vários de seus diretórios se posicionaram contra a agressão ao DCO.
No fim, toda e qualquer instituição progressista deve se posicionar de forma completamente contrária à ação criminosa feita sobre o PCO. Precisamos entender que não é um ataque somente ao DCO, mas sim à toda a esquerda. Afinal de contas, nossa imprensa tem sido carro-chefe na luta contra o governo de Bolsonaro, denunciando sua política golpista desde os primórdios de seu mandato. Finalmente, o ataque do dia 18 não é um evento isolado. Muito pelo contrário: representa uma campanha contínua da direita de censurar e massacrar a mídia brasileira de esquerda. Deixar esse acontecimento passar é permitir que o regime se intensifique, podendo resultar numa ditadura nunca antes vista no Brasil.