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Marilia Garcia

Membro da Direção Nacional do Partido da Causa Operária (PCO) e da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR).

Revolução

Partido operário: o espaço para as mulheres e para a juventude

A luta pelo socialismo é uma luta para ser conduzida pelos setores oprimidos

Leon Trótski destacou em seu texto fundamental “O programa de transição” a importância da concessão do espaço as mulheres e a juventude no partido revolucionário. Mais do que isso, em sua vasta obra, ficou claro que a presença desses setores era o fator diferencial para o real caráter e progressista de uma organização de lutas. Não obstante, o próprio Lênin chegou a declarar que “revolução era coisa para jovem”. Na época da Revolução Russa, Lênin era dos mais velhos do partido com seus cinquenta e poucos anos. 

Muito diferente dessas colocações, a esquerda pequeno-burguesa se pinta de progressista com as cores do identitarismo. De um lado, o “empoderamento negro e feminino” e de outro, a juventude imersa na cortina de fumaça das drogas, amor livre e táticas de cooptação burguesa para seus movimentos que, por fim, desembocam na formação de políticos eleitoreiros como os velhos.

A realidade é que, em nenhum desses casos, a juventude, e os setores oprimidos são aqueles que determinam a política, que tocam a frente o trabalho e que interferem diretamente nos rumos dos partidos dos quais eles fazem parte. Pelo contrário.

A política burguesa propalada pelos movimentos identitários, corroboram com a mesma política de opressão da burguesia imperialista contra as mulheres e a juventude. Esses setores, portanto, permanecem calados. Fenômenos como a Manuela D’ávila, que defende a “Revolução Laura”, colocando a maternidade como a maior missão da mulher deixam claro o caráter reacionário da política de empoderamento.

Em lugar de defender a libertação da mulher de sua função social de reprodução da espécie, ela corrobora com a opressão como se essa fosse libertação. O amor livre, por sua vez, ratifica a “sociedade de mulheres” como algo benéfico para a própria mulher. 

Em lugar da falsa revolução de costumes, que, na realidade, é a adoração das piores práticas burguesas, a esquerda deve defender a luta desapegada e ideológica em torno de uma organização de trabalhadores capazes de se libertar de toda a opressão social.

 

Um partido de homens velhos, nunca poderá ser um partido revolucionário

 

Enquanto a esquerda festeja costumes burgueses, os seus partidos continuam controlados pelos velhos reacionários de sempre. Organizações, como a UNE, em lugar de se contraporem às práticas reacionárias de seus partidos, corroboram com a Frente Ampla em nome da liderança do PCdoB. Os movimentos de mulheres escracham jogadores de futebol enquanto adoram campanhas contra o termo “tomara que caia” de figuras da burguesia.

A falta de efetividade política dessa esquerda é a prova de que a sua ala progressista está a reboque da ala reacionária. Na contramão, é preciso defender uma luta que seja conduzida pelos setores mais oprimidos. A luta verdadeiramente revolucionária, é a luta a ser encabeçada por esses setores.

Voltando ao exemplo dos revolucionários bolcheviques, podemos usar de exemplo o próprio Trotski. Ele ingressou na vida política ainda no ensino médio, quando formou um grupo de estudos revolucionários  em uma das fábricas da pequena cidade onde morava. Na época, todos os grupos de esquerda eram ilegais, por isso eles faziam tudo as escondidas. Mesmo assim, esse grupo rendeu a sua primeira prisão política no regime Czarista. O revés, contudo, em lugar de arrefecer os seus ímpetos revolucionários, o ampliou. Após sair da prisão, voltou a organizar grupos de estudo, escrever para a imprensa clandestina e, após retornar da sua deportação para a Europa, chegou a liderar a revolução de 1905.

Anos antes da revolução russa, seu pai chegou a lhe falar que o regime czarista não cairia nem em 300 anos. Após, contudo, estava comprovado a efetividade da luta revolucionária. O exemplo da vida de Trotski, ilustrado em sua obra “Minha vida”, é o exemplo de muitos revolucionários importantes da história: todos começaram a militar na sua juventude. Após a revolução Russa, nos seus escritos sobre a cultura numa sociedade socialista, eles colocaram importância dos jovens para levarem a frente a campanha pela nova sociedade. Da mesma forma, em meio ao capitalismo, o idealismo da juventude, associado com a sua relativa independência em relação aos apelos morais da sociedade burguesa, o tornam o setor mais arrojado e revolucionário por natureza.

As mulheres, por sua vez, sofrendo da dupla opressão capitalista, obrigadas a ser operárias tanto do patrão, quanto do marido, não têm medo do trabalho que prepare o caminho pelo fim dessa exploração. 

Nesse sentido, o trabalho político com base na ideologia libertadora, organizada pelo partido revolucionário, deve ser a saída para as mulheres e os jovens. Para tanto, o Partido operário, é o único lugar no qual ambos os setores terão, por excelência, o espaço principal nas decisões. Um exemplo disso, no caso do PCO, é a grande quantidade de candidaturas jovens e de mulheres lançadas pelo partido nessas eleições. 

Não apenas candidaturas proporcionais, como fazem os outros partidos, mas também, candidaturas ao executivo. Esse exemplo é importante, pois esses candidatos não foram escolhidos pelo partido, senão pelo motivo de que esses militantes já têm um papel de destaque dirigente nas suas regionais e no partido como um todo. Essa é a prova de que um partido revolucionário, no caso,  o Partido da Causa Operária, é o verdadeiro local de luta das mulheres e dos jovens. 

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