No ano passado, em meio a uma forte tendência à mobilização dos trabalhadores para impedir a prisão de Lula, o PCdoB anunciou que participaria das eleições de 2018 com candidatura própria à Presidência da República: Manuela D’Ávila. Desconhecida da grande maioria da população, Manuela D’Ávila se dizia defensora dos direitos políticos do ex-presidente Lula, mas que tinha a intenção de vencer o pleito.
Desde o início, a candidatura de Manuela D’Ávila se mostrou suspeita. Afinal, o PCdoB nunca havia lançado candidato à Presidência antes e decidiu fazer isso justamente no momento em que o PT estava sendo atacado. Além disso, a falta de vínculo de Manuela D’Ávila com o movimento operário e o movimento popular tornava sua candidatura completamente artificial.
Nas últimas semanas, a candidatura de Manuela D’Ávila vem sendo desmascarada: era apenas uma operação para alavancar a candidatura do abutre Ciro Gomes. Flávio Dino, atual governador do Maranhão e uma das pessoas mais influentes do partido, já sinalizou que prefere a candidatura de Gomes à de Manuela. Mais recentemente, Orlando Silva afirmou que o PCdoB poderia abrir mão de Manuela D’Ávila para apoiar Ciro Gomes.
A declaração de Orlando Silva deixa claro que o PCdoB não é nenhuma referência para a luta contra o golpe. Para barrar a ofensiva da direita, é necessário rejeitar todas as candidaturas abutres e fortalecer os comitês de luta contra o golpe, exigindo a anulação do impeachment e a liberdade de Lula através da mobilização revolucionária dos trabalhadores.