Muito tem sido escrito neste Diário Causa Operária sobre a loucura da esquerda em chamar um 1º de maio anti-classista, seguindo a famigerada política de unidade nacional, que ao longo da história tem se revelado uma malandragem da direita, utilizada quando a burguesia sente a necessidade de desferir ataques muito severos contra os trabalhadores. A reprodução dessa política em 2020 num contexto de golpe de Estado com virtual ditadura militar como o do Brasil é uma vil traição.
Nunca é demais esquecer, os elementos da direita convocados para supostamente compor uma frente amplíssima contra Bolsonaro não tem interesse algum em comum com a classe trabalhadora. Golpistas como o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) do Senado Federal, ambos de um partido oriundo da ARENA, simplesmente aprovaram tudo o que a burguesia considera essencial ao seu programa econômico, com o último tendo inclusive incluindo uma contrapartida aos estados e municípios que proíbe o reajuste de salários ao funcionalismo público, para que nem mesmo as perdas da inflação sejam repostas.
Um dos grandes articuladores do golpe de 2016, Fernando Henrique Cardoso é outra das figuras repulsivas que certamente jamais se atreveriam a subir em um palanque onde pudesse ter algum nível de contato com o merecido ódio das massas trabalhadoras, que amargaram ataques em uma magnitude até então inédita sob a presidência deste verme, que após elevar a taxa básica de juros a 45% ao ano e fazer a alegria dos barões das finanças, bem merecia o apelido dado a Paulo Guedes, “tchutchuca de banqueiro.”
Outro proeminente direitista, Ciro “Lula-tá-preso-babaca” Gomes, que já foi candidato à presidência tendo Paulinho da Força como vice, deve enviar uma mensagem ao ato. Seu vice na campanha de 2002, que por sinal, apoiou abertamente o golpe de 2016, já demonstrou no ato de 1º de maio do ano passado, de maneira muito contundente diga-se de passagem, o fracasso deste tipo de união repugnante entre os trabalhadores e seus algozes.
A política é um campo da atividade humana onde, na maioria das vezes a qualidade se sobrepõe a quantidade, e a história do movimento operário brasileiro, inclusive recente como o exemplo destacado acima, está repleta de situações que corroboram esta tese. Por isso, os militantes do Partido da Causa Operária, dos Comitês de Luta espalhados pelo país afora e dos Conselhos de bairro operando de norte a sul do Brasil, juntamente com setores da esquerda classista, convidam todos a participar do ato de 1º de maio classista, contrário aos golpistas e em favor da independência dos trabalhadores contra seus algozes na burguesia. Dado as limitações do momento, poucas pessoas poderão participar do ato presencialmente mas serão transmitidos pela internet. Por um 1º de maio dos trabalhadores. Fora Bolsonaro e todos os golpistas.