Enquanto milhões de pessoas estão se acotovelando em gigantescas filas nas agências da Caixa Econômica para receber o auxilio emergencial de R$ 600,00, e outros milhões, apesar de terem direito, tiveram o cadastro negado para receber o benefício, militares receberam indevidamente o voucher do coronavírus.
Segundo denúncia publicada no jornal Estado de Minas, 189.695 militares receberam auxílio do governo, inclusive com a facilidade de receber o deposito em suas contas, sem amargar longas filas. Em termos financeiros, o montante subtraído indevido dos cofres públicos é de R$ 113.816.990, segundo dados do próprio governo.
Em nota o Ministério da Defesa argumenta que está “investigando”:
“verifica a possibilidade de recebimento indevido de valores referentes ao auxílio emergencial, concedido pelo Governo Federal no período de enfrentamento à pandemia do coronavírus, por integrantes da folha de pagamentos deste Ministério”. (https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2020/05/11/interna_politica,1146339/coronavoucher-189-695-militares-receberam-auxilio-do-governo.shtml)
Interessante notar o caráter parasitário de uma instituição como as Forças Armadas em país como milhões de miseráveis como o Brasil. O controle de diversas posições no governo e na estrutura do serviço público, assegura aos militares uma política de sangria dos parcos recursos públicos.
Nem mesmo a crise provocada pela pandemia do Covid-19 faz com os militares recuem do seu insaciável apetite do dinheiro público. Essa situação serve também para ilustrar como é falsa a campanha de uma intervenção militar acabaria com a corrupção.