Após 3 meses do ocorrido, o caso de Paraisópolis do qual a ação de mais de 30 policiais militares resultou na morte de nove jovens em um baile funk, continua sendo discutido pelo ministério público, porém, aderindo um caminho que com o tempo tornou-se uma mera campanha em prol do assassinato policial.
Assim sendo, o Tribunal de Justiça Militar de São Paulo determinou a pedido do MP, que o caso de Paraisópolis fosse novamente apurado pela Corregedoria da Polícia Militar, trazendo pelo despacho do promotor Edson Correia Batista, quatro providências para a investigação do ocorrido.
Porém, ao analisar-se tais pedidos feito pelo promotor, é perceptível que neles inexiste qualquer providência que possa incriminar, ou minimamente responsabilizar, a polícia militar pelas mortes.
Na realidade, em todos os itens divulgados está presente uma verdadeira perseguição as festas populares, sobretudo aos bailes funks, como também a seus organizadores que agora estão sendo tratados como criminosos.
O desenvolvimento que vem tomando o caso de Paraisópolis é um exemplo de como funciona a justiça brasileira, e uma amostra da ditadura que se fortalece no país.
Os nove jovens mortos, alguns deles menores de idade, foram assassinados após a polícia militar invadir um dos maiores bailes funks da região, o baile funk da DZ7.
Na ação, dezenas de polícias começaram a atirar em direção aos participantes do evento, jovens da comunidade que se divertiam na festa, provocando uma grande confusão, com pessoas correndo para todos os lados, pisoteamento, etc.
Tudo isso fez com que jovens fossem espancados pelos policiais, como demonstram vídeos na internet, e outros tantos recebem tiros de bala de borracha ou fossem pisoteados até a morte pela dispersão super violenta feita pela PM.
Após tudo isso, a polícia que está diretamente envolvida e ela mesmo é responsável por investigar o caso, passa a colocar a culpa das mortes não nas mãos da ação fascista da PM, mas sim nos realizadores do baile funk, iniciando uma investigação sobre “permissões” de utilização do local, de “quem são” de fato os organizadores e passando a incriminar os próprios jovens mortos devido ao fato que supostamente estariam sobre efeito de drogas.
Dessa forma, a PM se inocenta de maneira grotesca e altamente criminosa pelos assassinatos, jogando toda a responsabilidade nos mortos e naqueles que foram brutalmente atingidos pela ação truculenta da PM.
Fica claro que esta organização serve apenas para o massacre do povo pobre e da juventude. Suas ações de assassinato, mesmo quando expostas da forma como foram, serão sempre inocentadas por eles mesmos, e a população sofre cada dia mais com o massacre promovido pelos aparatos de repressão.
Lutar pela dissolução da PM, é lutar para que casos como de Paraisópolis não se repitam.