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Massacre

Paraisópolis: “impunidade rigorosa”

Enquanto a direita golpista promete "apuração", as chacinas e massacres na periferia fazem parte de seu programa político

Dia 1º nove jovens morreram na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo, durante uma ação repressiva da PM do governador João Doria (PSDB). Encurralados nas estreitas vielas do bairro, jovens de entre 14 e 23 anos morreram pisoteados e asfixiados por gás lacrimogêneo.

Os policiais alegaram estar perseguindo dois ladrões em uma moto que teriam entrado no meio da multidão e trocado tiros com a polícia. Uma história inverossímil, em que sequer conseguiram apresentar a suposta moto. Os moradores contam uma história completamente diferente, apontando uma emboscada armada pela polícia. Diante disso, o governador João Doria afirmou que haveria uma “apuração rigorosa” do caso em sua conta no Twitter.

O governador coxinha e bolsonarista de São Paulo também disse que “lamentava” o que aconteceu. As duas coisas são mentira. Doria não lamenta, e a “apuração rigorosa” é uma farsa. Mesmo que algum policial venha a ser punido, Doria, assim como Wilson Witzel (PSC) no Rio de Janeiro, ou Romeu Zema (Novo), em Minas Gerais, tem como programa político incentivar a violência policial.

Antes mesmo de assumir o mandato de governador, Doria afirmou no ano passado que “a partir de 1º de janeiro” a PM atiraria “para matar”. O incentivo ao massacre era inequívoco. Doria afirmou também que pagaria os “melhores advogados” para defender policiais que fossem acusados de matarem “suspeitos”. Esse é o bolsonarismo em nível estadual, seguindo a onda de extrema-direita criada pela campanha golpista que acabou levando Jair Bolsonaro à presidência.

 

Permissão para matar

 

Enquanto Doria fala em “apuração rigorosa” pressionado pelos acontecimentos e sua repercussão, uma proposta de lei do ministro da Justiça, Sérgio Moro, poderia garantir a impunidade de policiais de forma generalizada a partir de sua aprovação. Segundo a proposta do ministro bolsonarista, policiais que cometam homicídio podem não ter nenhuma pena caso o juiz aceite o argumento de que eles agiram “sob forte emoção”.

Essa proposta de Moro é a expressão em forma de lei da política de “bandido bom é bandido morto” tradicional do fascismo no Brasil. Não por acaso, o suposto “bandido” é invariavelmente pobre e quase sempre negro. Pela proposta de Moro, o assassinato desses “suspeitos” quase nunca poderia ser punido, com exceções pontuais em casos de ampla repercussão, e talvez nem mesmo com essas exceções.

 

Incursões nos bailes funk

 

Esmagar a população pobre é justamente o sentido das incursões da polícia em bailes funk como o baile que ocorria em Paraisópolis na madrugada de domingo. Só nos bailes que aconteciam em Paraisópolis, bairro com 100 mil moradores vizinho ao Morumbi, foram 45 invasões como a do último fim de semana. Jogar bombas em festas da periferia é uma atuação frequente da polícia, especialmente agora, estimulada pela extrema-direita e pela onda golpista.

 

Impunidade rigorosa

Por tudo isso, a impunidade dos policiais que realizaram o massacre de Paraisópolis é o desfecho mais provável do caso. Mais do que isso, a impunidade da política de exterminar pobres para aterrorizar a maioria da população está garantida. Porque essa é a política da direita golpista que está no governo e que agora persegue adversários políticos e organizações operárias e populares que organizam a luta dos trabalhadores. A direita que promete “apuração” é a mesma que tem as chacinas como política. A chacina é o programa dessa direita fascista, e as promessas de investigação e punição não passam de cinismo.

Só a organização popular e a mobilização contra o golpe pode levar a alguma punição para casos como esse. E só uma intensa mobilização pode obrigar a direita a parar de aplicar essa política contra os trabalhadores das periferias. É preciso se mobilizar contra a direita golpista e exigir o fim da PM, que só está aí para massacrar o povo.

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