Paraisópolis: “apuração rigorosa”: não pode criticar a PM
O governador do Estado de São Paulo, João Dória, poderia ao menos poupar o distinto leitor de tamanho cinismo.
Para que serve “apuração rigorosa”, se, tanto o governador, como o comando da Polícia Militar já têm a conclusão do que, verdadeiramente ocorreu, na favela de Paraisópolis e de quem é a responsabilidade pelo massacre de nove jovens na madrugada de domingo?
Conclusão da “rigorosa apuração”, ainda a ser realizada, pelas mortes de nove jovens em Paraisópolis, zona sul da capital, o governador d João Doria (PSDB), já tem que as mortes não foram causadas pela ação da Polícia Militar.
Em entrevista coletiva concedida na segunda-feira, o tucano disse que as mortes não foram provocadas pela PM e já adiantou também não ter havido invasão ao baile funk.
O máximo de concessão feita pelo governador, é que pode reavaliar e rever pontos específicos e penalizar quem cometeu erros, mas que o governo de São Paulo manterá a política de segurança pública atual.
PMs teriam reagido a um ataque de dois criminosos que estariam em uma moto, atirando.
Na mesma linha do governador, PMs teriam atuado com “uso moderado da força” em Paraisópolis. Os PMs teriam reagido a um ataque de dois criminosos que estariam em uma moto, atirando. Assim se manifestou o comando da Polícia Militar.
Embora o “uso moderado da força”, possa ter provocado o massacre de 9 jovens, na avaliação do governador Doria, isso poderia ter sido um mero erro. E por ter sido mero êrro, o governo pode reavaliar, e talvez punir, quem o cometeu o erro.
Para que não haja qualquer dúvida da conclusão da “rigorosa apuração, governador, resoluto, definiu, o estado São Paulo “tem o melhor sistema de segurança preventiva”.
Comando da Polícia Militar, realocou os PMs envolvidos em Paraisópolis, para “serviços administrativos”. Coronel Salles, afirmou PMs não estão afastados. Estão “preservados”.
Frequentadores do Baile negam que tenha ocorrido tiroteio
A população que reside em Paraisópolis afirmam que os policiais militares entraram na favela com o objetivo de fazer a dispersão em virtude do barulho, não porque havia criminosos fugindo em meio aos jovens e que houve tiroteio.
Há inumeros vídeos publicados por moradores entregues à corregedoria mostram PMs encurralando e agredindo jovens numa viela estreita. e denuncias que a PM impediu moradores de prestar auxílio a pessoas que fugiam da violenta ação policial.
A política de segurança pública do Estado de São Paulo não vai mudar
Doria disse no Twitter que haveria “apuração rigorosa” do massacre em Paraisópolis, no entanto ele disse também que PMs devem ser “preservados”.
Ou seja, na verdade não vai acontecer nada, e a polícia vai continuar agindo livremente para esmagar a população e sair matando todo o mundo.