Na última terça-feira, dia 16/03, o ministro da educação Milton Ribeiro pediu pessoalmente ao novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que os profissionais da educação sejam priorizados na vacinação contra a covid-19. Ele argumentou que a vacinação de cerca de 3 milhões de professores permitiria o retorno das aulas presencialmente em todo o país. Segundo o ministro: “São mais de 70 milhões de alunos à espera da retomada das aulas presenciais”.
A compreensão básica da questão está contida na própria fala do ministro. Ora, se são 70 milhões de alunos que estão à espera da retomada das aulas presenciais, são 70 milhões de pessoas que também, necessariamente, precisariam ser vacinadas, afinal, não são apenas os profissionais da educação nas escolas que podem se contaminar. Exemplo disso, em Campinas, interior de São Paulo, ocorreu a morte por covid-19 da adolescente Ana Clara Macedo dos Santos, de 13 anos, no dia 24/02, após a volta às aulas presenciais. Profissionais da educação devem cerrar fileiras país afora para barrar esse tipo de medida, a greve nacional da educação deve ser resposta imediata a todo vampiro que queira lucrar sobre o sangue de estudantes e trabalhadores das escolas.
Mais que isso, os 70 milhões de estudantes circulam pelas cidades, pelos bairros, pegam o transporte para ir e voltar das aulas, ou seja, a aglomeração e circulação gerada pelas aulas presenciais são de um tamanho sem comparação em todas as atividades da sociedade. Sem falar nas famílias dos estudantes. Indo além, ainda existe a questão das mutações do vírus, das novas cepas, contra as quais ainda não se sabe ao certo se as vacinas são eficazes. Demonstração da sanha parasita da burguesia é essa pressa em abrir tudo, que não diz respeito aos trabalhadores e nem a seus interesses.
O que vemos por este tipo de ação e declaração, é que o governo covarde e genocida busca retomar as aulas e de fato toda a economia para sacrificar os trabalhadores e suas famílias à morte em nome dos lucros do capital financeiro. Apresenta como solução a vacinação do mínimo possível de pessoas, uma medida no mínimo insuficiente e, de fato, genocida. É inaceitável que tal política se apresente e, mais ainda, que tome forma, deve ser barrada por todo e qualquer meio que se mostre necessário. A greve, a organização, são essenciais, e a nível nacional. A luta política é a saída, pôr abaixo o governo golpista e assassino, e defender já um governo dos trabalhadores. Lula presidente! Fora Bolsonaro e todos os golpistas!