A revista Veja Rio publicou uma matéria, assim como de costume na imprensa burguesa, em defesa da volta às aulas com todo tipo de argumentação grotesca. Seguindo sua lógica, como as aulas foram suspensas, a juventude é recrutada para o crime ou está em “sofrimento mental” e “abuso sexual e físico”, por isso, as aulas devem voltar imediatamente. Para justificarem o que seria o assassinato de milhares da comunidade escolar, a revista utiliza-se de “pesquisadores” da UFRJ que formam o Grupo de Trabalho para Enfrentamento da Covid-19 na universidade.
Trata-se de uma demagogia em defesa de um crime muito pior do que o tráfico, o genocídio da população, especialmente na classe trabalhadora, com o qual os “cientistas” da Veja não estão minimamente preocupados. Entre os argumentos, o infectologista Roberto Medronho chegou a afirmar: “O atraso na educação afetará toda uma geração com forte impacto econômico e social. A despeito da dramática situação, não há esse debate na sociedade. Os países europeus estão decretando lockdown, mas mantendo suas escolas abertas“.
Ora, não parece que o GT vem pesquisado o suficiente sobre o contágio entre os jovens e sua transmissão aos adultos e familiares na Europa, o que está no epicentro dos novos surtos de casos. Na realidade, aproveitam-se para fazer também propaganda do imperialismo. Como se os países europeus fossem exemplares no combate ao coronavírus. Vale esclarecer aqui, que a campanha pela volta às aulas é consequência da catastrófica crise econômica mundial de demanda. Os grandes monopólios bancários e empresariais do capitalismo não conseguem sustentar as escolas e universidades fechadas, portanto, investem ferrenhamente na reabertura total da economia.
“A dinâmica do dia a dia da comunidade escolar precisa ser resgatada, sob pena de termos efeitos mais danosos e irreversíveis sobre as perspectivas de vida de toda uma geração, principalmente os mais vulneráveis.” disse também o infectologista.
Fica claro que a “dinâmica” citada é justamente resgatar o trânsito econômico de alunos, professores, técnicos e suas famílias, mesmo com mais de 160 mil mortos no País. A matéria, então, deve ser compreendida pelos interesses econômicos direitistas que sempre pautaram a Veja, desde antes do golpe de 16. Seu objetivo não é nenhum além de fortalecer a política criminosa de Bolsonaro e seus aliados golpistas. Caso fosse, haveria a defesa de um programa concreto contra o coronavírus, com testagens em massa, pesquisas, etc.
No entanto, o governo genocida deixa a população morrer a rodo, enquanto torce o rabo para salvar os bancos e as empresas. Por isso, a política certa para os estudantes evitarem não apenas o contágio, mas os demais males trazidos demagogicamente pela revista, é a mobilização pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, Lula presidente por um governo das organizações dos trabalhadores e dos estudantes.