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Pará em colapso

Pará: sem UTI’s, sem vacinas, mas com multas na população

Um ano depois, o Governador do Pará marca sua administração pela ausência de um política pública sanitária eficaz contra a pandemia, e mais não faz do que multar o cidadão e posar como salvador.

O Pará inteiro está em grande colapso diante da pandemia, o que não é nenhuma novidade. Muito pelo contrário. Já se esperava isso diante da política desastrosa que a direita de Helder Barbalho (PMDB) vem implementando em sua administração. Para quem foi eleito com uma campanha sob o mote de “Governo Presente”, os resultados parecem comprovar a ausência de um administrador, uma vez que apontam para uma total incompetência ou imperícia que conduziu o Estado a uma crise sem precedentes.

É ainda mais escandaloso, porque, um ano depois, o que espera, ainda mais de um administrador presente, é que ele tome providências no sentido de superar a crise e não permita que os problemas reapareçam, quanto mais piorem, como vem acontecendo.

Depois de desacreditado por infectologistas, que sequer quiseram aceitar os dados fornecidos pela Secretaria de Saúde do Estado, como medida para avaliar a situação da pandemia por lá, mesmo assim foram divulgados dados que demonstram que já se encontram ocupados na rede pública do Estado 81,91% das UTIs, e 62,23% dos leitos clínicos exclusivos aos pacientes com COVID-19.

Se um ano depois o “governador presente” não fez o seu dever de casa, que é rever os erros e providenciar os acertos na estratégia de ataque à pandemia, o que se anuncia é ainda mais desesperador, já que não se trata de farta distribuição de vacinas, testes, e investimento pesado no sistema de saúde, há muito sucateado e em colapso, como se esperava de alguém à frente das decisões da tarefa de por um fim ao já caótico cenário em que se encontra o Estado.

Agora, o governo do Pará espera resolver as coisas com um novo decreto adotando medidas que mais não fazem mais que multar e castigar ainda mais a população, querendo com isso passar uma mensagem que é ela, e não a sua administração, que piora o cenário e aprofunda a crise. Com a norma, o governador impôs medidas restritivas na região metropolitana de Belém, desde a quarta-feira, 3, numa tentativa de parar o avanço dessa última cepa do coronavírus. Como uma das medidas adotadas, com exceção das pessoas com justificativas no âmbito profissional ou com receitas médicas em busca de atendimento hospitalar, todos os demais terão que obedecer o toque de recolher de 22h até as 5h.

Com aplicação imediata a partir da publicação pelo órgão oficial da imprensa, o decreto também proíbe aglomerações com mais de dez pessoas em locais públicos e privados; práticas esportivas com mais de duas pessoas; apresentações musicais com mais de dois artistas; e restaurantes, lanchonetes e estabelecimentos similares somente com funcionamento de  50% da capacidade, restrito até as 18h. Bebidas alcoólicas também passam a ter proibição de venda após as 18h, o que afeta lojas de conveniência, supermercados e mercados que não podem comercializar bebidas depois deste horário. 

O governo do Estado tomou essas decisões com a participação conjunta das prefeituras das cidades localizadas no território da Grande Belém, já que o colapso do sistema de saúde, tanto público quanto privado, se anuncia por todos os lados e compromete o Estado como um todo.

Mesmo diante de sua inércia que não parece ter hora para acabar, quando se espera que realmente tome medidas concretas, em vez de paliativos, para solucionar o problema atacando-o de forma contundente, em coletiva à imprensa, Helder Barbalho usa de demagogia ao anunciar as medidas, alegando a importância delas para estancar a crise. Segundo a sua declaração: “a segunda onda está mais intensa do que a primeira onda no Brasil. Não devemos esquecer dos momentos traumáticos que vivemos na última semana de março e a primeira de abril do ano passado.Não é fácil estar aqui anunciando as medidas, mas devemos ser responsáveis e ter empatia. Nossa obrigação agora é evitar o caos”.

Helder, com muita ironia e posando como salvador, também informou o prazo de duração das medidas: “Em uma semana, queremos voltar aqui e dizer que as medidas foram suficientes para conter o avanço dos casos. Somos solidários aos trabalhadores que ficarão sem trabalhar à noite, neste período”.

Com o governador, vários prefeitos acompanharam a divulgação das medidas: Edmilson Rodrigues (PSOL) e o Dr. Daniel Santos (MDB), de Ananindeua, duas importantes cidades da região metropolitana, que, pelo tamanho, estão entre as maiores. Mas outros também participaram do anúncio. O prefeito Edmilson também falou: “Belém acompanha o número de ocupação de leitos do Estado, mas nossa preocupação é que em quatro dias, não tenha mais nenhum disponível. Em três dias, tivemos um aumento de 20% e isso é muito preocupante.

Se já é um fato esperado o colapso do sistema de saúde pelo aumento de casos, depois de já passados um ano de pandemia e a média de mortes só aumentar, porque o governador já não providenciou nada antes? É preciso que morram quantas pessoas para que alguma providência seja tomada? Ao que tudo indica, ficou parecendo que até o aumento de 20% ocorrido no período de três dias, o governador não pretendia se mexer. 

É claro que não se pode esperar que Helder Barbalho vá resolver algum problema. O que representa se “mexer” no caso, é, como sempre faz o governador: enganar o povo apresentando um paliativo como solução do problema.

Não dá para confundir e achar que, por exemplo, o governador tem uma política diferente do golpista Bolsonaro, hoje referência de negacionismo da crise pandêmica. Até porque, ambos defendem uma política neoliberal e só se importam em manter a economia funcionando a todo vapor, com o comércio aberto, e sem gastar um real que seja em investimento na área da saúde, mesmo que para isso milhares de pessoas tenham que morrer.

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