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Golpistas matam o povo de fome

Para quem ganha salário mínimo, mais de 60% é gasto com comida

A maior corrosão do salário (64,29%) foi em São Paulo (SP), onde recentemente o "governador científico" João Doria (PSDB) aumentou o ICMS dos alimentos em plena pandemia

A grande maioria da população trabalhadora brasileira está sendo submetida rapidamente a uma situação de vida miserável. O salário mínimo mal está dando para comprar a comida necessária para sobreviver por no mês.

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), quem ganha 1 salário mínimo (R$1.100,00) já está comprometendo mais de 60% da renda com gastos alimentícios. Um verdadeiro retorno à carestia escravocrata; essa é a realidade de quase todas as capitais do país.

A maior corrosão do salário (64,29%) apenas com a cesta básica foi registrada sem muita surpresa em São Paulo (SP), onde o governador científico João Doria (PSDB) recentemente aumentou o ICMS dos alimentos em plena pandemia.  

O roubo do salário dos trabalhadores para matá-los de fome também se deu acima dos 60% em Brasília (DF), Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ) e Vitória (ES). 

Acima dos 50% ficaram as capitais Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MT), Goiânia (GO), Curitiba (PR) e Fortaleza (CE). 

Com a cesta básica custando abaixo da metade do salário mínimo ficaram Aracaju (SE), Belém (PA), João Pessoa (PB), Natal (RN), Recife (PE) e  Salvador (BA). 

A menor porcentagem de salário consumido pelos alimentos ficou com Aracaju, a capital de Sergipe que registrou um comprometimento de 44,31% da renda mínima e o menor valor da cesta básica nas capitais (R$450, 84).

A Pesquisa

A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA) é um levantamento contínuo dos preços de um conjunto de produtos alimentícios considerados essenciais. A PNCBA foi implantada em São Paulo em 1959, a partir dos preços coletados para o cálculo do Índice de Custo de Vida (ICV) e, ao longo dos anos, foi ampliada para outras capitais. Hoje, é realizada em 17 Unidades da Federação e permite a comparação de custos dos principais alimentos básicos consumidos pelos brasileiros.

Os itens básicos pesquisados foram definidos pelo Decreto Lei nº 399, de 30 de abril de 1938, que regulamentou o salário mínimo no Brasil e está vigente até os dias atuais. O Decreto determinou que a cesta de alimentos fosse composta por 13 produtos alimentícios em quantidades suficientes para garantir, durante um mês, o sustento e bem-estar de um trabalhador em idade adulta. Os bens e quantidades estipuladas foram diferenciados por região, de acordo com os hábitos alimentares locais.

O banco de dados da PNCBA apresenta os preços médios, o valor do conjunto dos produtos e a jornada de trabalho que um trabalhador precisa cumprir, em todas as capitais, para adquirir a cesta. Os dados permitem a todos os segmentos da sociedade conhecer, estudar e refletir sobre o valor da alimentação básica no país.

Confira abaixo na íntegra.

 

Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos – Janeiro de 2021

Os dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo DIEESE, indicaram que, em janeiro, os preços do conjunto de alimentos básicos, necessários para as refeições de uma pessoa adulta (conforme Decreto-lei 399/1938) durante um mês, aumentaram em 13 capitais pesquisadas. As maiores altas foram registradas em Florianópolis (5,82%), Belo Horizonte (4,17%) e Vitória (4,05%). O valor da cesta apresentou redução em quatro capitais do Nordeste: Natal (-0,94%), João Pessoa (-0,70%), Aracaju (-0,51%) e Fortaleza (-0,37%).  

Em São Paulo, capital onde a cesta apresentou o maior preço, o custo ficou em R$ 654,15, com alta de 3,59%, na comparação com dezembro de 2020. Em 12 meses, o valor do conjunto de alimentos subiu 26,40%.  

Com base na cesta mais cara, que, em janeiro, foi a de São Paulo, o DIEESE estima que o salário mínimo necessário foi equivalente a R$ 5.495,52, o que corresponde a 5 vezes o mínimo já reajustado, de R$ 1.100,00. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças.  

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, em janeiro, foi de 111 horas e 46 minutos, menor do que em dezembro, quando ficou em 115 horas e 08 minutos.  

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% para a Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em janeiro, na média, 54,93% do salário mínimo líquido (reajustado em janeiro) para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em dezembro, o percentual foi de 56,57%.

 

Principais variações  

O valor do açúcar aumentou em 15 cidades, em janeiro de 2021, com destaque para Florianópolis (12,58%), Campo Grande (11,44%) e João Pessoa (7,19%). O volume ofertado foi menor por causa da entressafra e da pressão das usinas para segurar a cotação, o que explica a alta no varejo.  

Na pesquisa, são levantados os preços da banana prata e da nanica. Em 15 capitais, o preço médio da fruta aumentou. As altas mais expressivas, entre dezembro e janeiro, foram observadas em Florianópolis (20,70%), Goiânia (12,50%) e Brasília (11,76%). A banana prata esteve com oferta limitada devido à entressafra, por isso a elevação de preços, enquanto a nanica teve valores reduzidos.  

Em 14 capitais, o preço médio da carne bovina de primeira registrou alta: variou de 0,17%, em João Pessoa, a 6,00%, em Curitiba. As quedas ocorreram em três cidades do Nordeste: Natal (-2,41%), Aracaju (-2,25%) e Fortaleza (-0,79%). A baixa disponibilidade de animais para abate no campo e a demanda externa elevada resultaram em aumentos de preço.  

A batata, pesquisada no Centro-Sul, teve o valor aumentado em nove de 10 cidades. As altas oscilaram entre 3,23%, em Curitiba, e 18,60%, em Goiânia. A retração foi registrada em Campo Grande (-10,71%). A oferta reduzida, com o fim da colheita de inverno, elevou os preços do tubérculo. Mesmo com a intensificação da safra das águas em Santa Catarina, Minas Gerais e Paraná, os preços continuaram em alto patamar, pois a colheita foi dificultada com as chuvas.  

O preço do feijão subiu em 12 capitais. O tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo, variou entre 2,71%, em Goiânia, e 9,16%, em Belém. Em Aracaju (-3,41%), Campo Grande (-1,46%), São Paulo (-0,85%) e Brasília (-0,26%), o valor médio diminuiu. Já o custo do feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, aumentou em todos esses locais – com destaque para Florianópolis (4,82%), Rio de Janeiro (1,85%) e Vitória (1,85%). Problemas climáticos acarretaram redução da disponibilidade de feijão e alta nos preços. Parte da oferta de feijão preto foi garantida por grão importado. 

 

São Paulo – Números de janeiro de 2021  

Valor da cesta: R$ 654,15.  

Variação mensal: 3,59%.  

Variação no ano: 3,59%.  

Variação em 12 meses: 26,40%.  

Produtos com alta de preço médio em relação a dezembro de 2020: tomate (23,04%), batata (8,53%), açúcar refinado (6,87%), banana (3,96%), farinha de trigo (2,14%), carne bovina de primeira (1,55%), manteiga (0,75%), óleo de soja (0,37%) e leite integral (0,19%).

Produtos com redução de preço médio em relação a dezembro de 2020: café em pó (-3,14%), feijão carioquinha (-0,85%), arroz agulhinha (-0,21%) e pão francês (-0,14%).  

Jornada necessária para comprar a cesta básica: 130 horas e 50 minutos.  

Percentual do salário mínimo líquido gasto para compra dos produtos da cesta para uma pessoa adulta: 64,29%.

Fonte: DIEESE.

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