O governo Bolsonaro tem provocado a revoada de aves de baixo vôo. De um lado, as galinhas do MBL, que correm tanto que voam diante do movimento de luta contra o golpe, e de outro, os patos da esquerda pequeno-burguesa, que adoram falar em resistência mas são os primeiros a pular do barco. Depois de Jean Wyllys, deputado federal eleito pelo PSOL, que se mandou para a Europa há poucas semanas depois de sofrer ameaças de direitistas, agora é a vez do presidente do PT do Rio de Janeiro, Washington Quaquá. A notícia foi divulgada em alguns sítios da cidade de Maricá, como o Maricá Info, onde Quaquá foi prefeito por dois mandatos e elegeu o seu sucessor, o petista Fabiano Horta.
Não foram divulgadas maiores informações a respeito das motivações de Quaquá para sair do país, exceto que, assim como Wyllys, ele também vai estudar e lecionar na Europa. Além de presidente do PT do Rio de Janeiro, Quaquá também faz algumas análises políticas com alguma freqüência, para tristeza dos que as acompanham. Em 2017, no meio do governo Temer, Quaquá escreveu uma matéria para o jornal o Dia onde ele anuncia uma descoberta espetacular: Lula não é Lênin! Ainda bem que ele nos avisou…
Posteriormente, já em dezembro do ano passado, o mesmo Quaquá teria dito que a palavra de ordem “Fora Bolsonaro” é uma bobagem, isso dias depois de ter visto sua eleição para deputado federal ser cassada arbitrariamente pelo judiciário direitista. Mesmo sem ter nenhum cargo público que pudesse lhe dar alguma imunidade, Quaquá ain
da é, ou era, o presidente do PT do Rio de Janeiro e possui uma base militante na cidade de Maricá. Quando dizia o óbvio, que Lula não é Lênin, ou quando afirmava que o “Fora Bolsonaro” é uma bobagem, Quaquá já dava indicações de que para ele, a mobilização e o confronto com a direita não são o caminho. Agora que vê as portas das Instituições de se fechando uma a uma, o prefeito do PT do estado do Rio faz como Jean Wyllys e escolhe a já histórica fórmula de Turati, que diante enfrentamento com Mussolini lançou a máxima “é preciso ter a coragem de ser covarde”.
Nós devemos denunciar e repudiar essa política de capitulação diante das ameaças da direita, que procura apresentar uma solução de caráter individual para um governo que é uma ameaça gigantesca para todo o povo brasileiro. Convém lembrar do que sintetizou brilhantemente o próprio Leon Trótski, quando afirmou que os operários comunistas não poderão seguir para parte alguma.
A maioria do povo brasileiro vai ser obrigada a viver aqui no Brasil, e terá que se confrontar inevitavelmente, cedo ou tarde, com o governo fascista de Jair Bolsonaro em uma luta de vida ou morte.