A imprensa golpista leva adiante uma campanha de terror no sentido de demonstrar que Bolsonaro é o candidato dos militares e que, caso seja eleito, os militares poderão dar um golpe no país, um autogolpe, no sentido de controlar a situação. É preciso deixar claro, no entanto, que mesmo antes das eleições os militares já estão virtualmente no comando do país. O general Sergio Etchegoyen, na prática é o atual presidente da república, sendo Temer um de seus ministros. No STF, o atual presidente, Dias Toffoli, que foi nomeado pelo PT, colocou como seu assessor um general do Exército, que coloca sob controle o Judiciário. E, por fim, o general Villas-Boas vem a público todas as vezes que algo coloca em risco os interesses do golpe para ameaçar o país.
É preciso deixar claro também que Geraldo Alckmin, o candidato preferencial do imperialismo, também é o candidato do golpe militar. Alckmin é o candidato que está diretamente comprometido com os interesses dos grandes bancos e dos monopólios, os quais organizaram e foram a linha de frente no golpe contra Dilma. Alckmin já anunciou que pretende seguir a risca a política do imperialismo e aplicar de maneira integral e acabada a política de terra arrasada, ou seja, as reformas que irão extinguir todos os direitos dos trabalhadores, o corte de todos os investimentos públicos, além de intensificar a política de repressão contra o povo, aprofundar e ampliar em escala gigantesca o que Temer já tem feito.
Para realizar essa política totalmente anti-povo, Alckmin terá apoio das forças armadas, que poderão entrar em cena para sustentar o governo e reprimir por meio da força a reação popular à devastação neoliberal. A imprensa golpista, no entanto, procura passar a imagem de que o candidato do PSDB seria mais “ameno”, mais “pacífico”, ao contrário do monstruoso Bolsonaro.
É preciso ter claro que Alckmin representa uma ameaça igual, ou até pior do que Bolsonaro, uma vez que está diretamente vinculado aos setores centrais do capitalismo nacional e internacional. Sua eleição, como pretende o imperialismo, representaria um aprofundamento do golpe contra o povo, da política de repressão e de destruição de todos os direitos da população.
Os militares, que já estão no comando da situação política usando Temer como uma fachada, não terão problemas para agir sob a cobertura de Bolsonaro ou de Alckmin.