Em coluna publicada no último dia 30 no portal Vermelho, ligado ao PCdoB, Bernardo Gomes assina matéria intitulada “A quem interessa o isolamento político?” na qual defende a frente ampla perseguida pelo governador do Maranhão, Flávio Dino.
Segundo o colunista, os que criticam Dino e a ideia de frente ampla da esquerda com partidos da direita golpista seriam sectários. “Agora o Governador do Maranhão Flávio Dino faz um movimento para ampliar o diálogo com outras forças políticas para além da bolha ideológica e entra na mira do sectarismo.”
Seria sectarismo não querem uma aliança com os setores da direita como o PSDB e o DEM, justamente partidos procurados por Flávio Dino para a realização da frente ampla. Para esconder seu oportunismo e carreirismo, o PCdoB usa o velho truque de chamar os críticos dessa política de “sectários”.
Ainda segundo o colunista do Vermelho: “O ator político que vem se destacando em um diálogo para além da esquerda é o Governador do Maranhão, Flávio Dino. O comunista que governa o seu estado em uma coalizão com 16 partidos, começou a jogar um papel nacionalmente com sua habilidade para fazer alianças, isso infelizmente, tem despertado um sectarismo rasteiro entre nosso próprio campo político.” É justamente aí que o PCdoB expõe toda a sua política oportunista e direitista. Quem seriam os 16 partidos que formam a coalização? Não apenas partidos burgueses – o que já demonstra o oportunismo de Dino e do PCdoB – mas partidos da base do golpe e do próprio Bolsonaro.
A frente ampla proposta pelos setores mais direitistas dentro da esquerda é justamente isso. Uma aliança com a direita bolsonarista, mas sem Bolsonaro. Afinal, quem seria mais responsável pelo golpe e a fraude que colocou Bolsonaro no poder se não o próprio PSDB e o DEM? Bolsonaro é cria política da direita que Bernardo Gomes chama de “centro-direita”, um nome bonito para direita golpista.
Mas não se trata apenas do apoio político que esses setores deram a ainda dão a Bolsonaro. Trata-se também de uma política comum. No fundamental, Bolsonaro leva adiante a política dos tucanos, na economia, mas também em outras esferas, talvez apenas com a diferença de que Bolsonaro é mais escandaloso ao atacar o povo. Nada mais do que isso.
A política oportunista de frente ampla, esperando as eleições de 2022, é o caminho para o desastre político do povo, inclusive eleitoral. O que propõe o PCdoB é se aliar aos golpistas contra Bolsonaro, o que apenas vai fortalecer Bolsonaro, se não ele pessoalmente, algum elemento de extrema-direita, com uma roupagem um pouco mais moderna.