Quando o assunto é Venezuela, a imprensa burguesa aparece prontamente como pretensa defensora dos direitos humanos, acusando “atrocidades” cometidas pelo “ditador” Nicolás Maduro.
Há anos o imperialismo impõe um cerco fechado para tentar submeter a Venezuela a seu controle. Com embargos econômicos e fomento de uma oposição golpista interna – cujo principal representante foi a fracassada tentativa de golpe dado por Juan Guaidó – é de se esperar que o regime viva sob pressão.
Uma intensa campanha midiática tenta criar comoção pública em torno da morte do oposicionista Luis Alfredo Gamarra. Segundo a imprensa, ele teria sido preso em 2017 por participar de manifestações contra o governo. Solto logo em seguida, não conseguiu mais emprego. Posteriormente, foi morto pela polícia venezuelana na porta de sua casa. Estes democráticos veículos também acusam a polícia de estar cada vez mais presente no controle dos bairros populares, e de que seus oficiais vestem capuzes pretos para não serem identificados.
Mas não é este exatamente o padrão da polícia brasileira?
É difícil saber o que é verídico ou não em se tratando das notícias internacionais acerca da Venezuela. Mas o que sabemos é sobre a obsessão imperialista em desestabilizar o regime. O país está à beira de uma guerra e, no meio do caos, é praticamente impossível evitar mortes de inocentes, por exemplo. Neste cenário, é importante não perder de cena quem é o invasor, que fomenta o caos para violar a soberania nacional, ou seja, quem é o grande agressor.
Enquanto isso, na “normalidade democrática” brasileira, pobres e negros são fuzilados como rotina nas favelas urbanas, pela Polícia Militar. Índios e camponeses são atacados por grileiros. As organizações populares, partidos, sindicatos, associações de esquerda são criminalizadas. E a “democrática” imprensa silencia.