O Sistema de Indicação do Desmatamento por Radar da bacia do rio Xingu (Sirad-X) detectou a abertura de uma estrada ilegal em uma região que abriga povos indígenas isolados, na Terra Indígena Ituna/Itatá . A estrada segue em direção ao vizinho território indígena Koatinemo, do povo Assurini, e foi aberta no meio da floresta para uso de madeireiros e grileiros que avançam na direção dos territórios indígenas.
Os territórios são áreas de uso exclusivo dos povos indígenas que ali vivem. Qualquer trânsito de não-indígenas é proibido pela legislação e os recursos naturais – os rios, o solo, os animais, as florestas – são reservados para que os povos indígenas façam a manutenção de seu modo de vida. A terra indígena Ituna/Itátá foi a mais desmatada do Rio Xingu, num total de 86% em relação a 2017.
O governo fraudulento de Jair Bolsonaro significa uma carta branca para os latifundiários e ruralistas avançarem tanto sobre as terras indígenas e quilombolas quanto no desmatamento e na destruição da flora e da fauna do país. Desde o golpe de Estado contra ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), em 2016, o que se percebe é uma escalada no assassinato de indígenas, quilombolas, na invasão de suas terras, no desmatamento ilegal e uma interrupção total das demarcações de terras e da reforma agrária.
O governo Jair Bolsonaro, umbilicalmente ligado à Bancada Ruralista no Congresso Nacional, à União Democrática Ruralista (UDR) e às demais milícias armadas da burguesia no campo, deve ser enfrentado por uma ampla mobilização nacional contra o assassinato de indígenas e quilombolas e a tomada de suas terras.