Matéria da Folha/Uol, destaca que a inflação quase dobrou para quem tem renda menor que R$ 1.650,00. E para quem tem renda maior, acima de R$ 16.509,00 aumentou menos, segundo os dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Comparando o mês de novembro com o mesmo mês no ano passado, a taxa teve aumento de 85% para a faixa de renda menor, saindo de 0,54% para 1%. Nos últimos doze meses o acumulado é de 5,8%. De janeiro a novembro a alta foi de 4,6%.
Enquanto que para as rendas maiores o aumento foi de 48%, saindo de 0,43% para 0,63%. Nos últimos doze meses o acumulado é de 2,69%. De janeiro a novembro a alta foi de 1,7%.
Como a inflação foi mais forte nos produtos de alimentação e bebidas, que têm maior peso para as faixas de menor renda, cerca de 75% do que consomem, isso explica um índice maior para os mais pobres. Para as faixas de maior renda este peso corresponde a 28% do consumo deles.
Tudo isso mostra uma aceleração dos preços dos alimentos e uma desaceleração do preço dos serviços, diz o IPEA.
Segundo a inflação oficial, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) medido pelo IBGE, a alta mensal de novembro foi a maior desde 2015, ficando em 0,89%. E o preço dos insumos, usados na fabricação de produtos, teve a maior alta desde o plano real até outubro.
Com base nesses dados, nota-se o critério de separação entre as menores e as maiores rendas e como estão submetidas a condições diferentes. Os de menor renda perdem mais que os de maior renda. A inflação tem endereço certo: a classe trabalhadora.
No setor produtivo vale a mesma regra. Menores produtores têm maiores dificuldades em se manter no negócio que os de maiores rendas. A produção de alimentos está concentrada nas pequenas propriedades, consequentemente de menor renda. Durante as crises as condições ficam ainda piores.
A meta de inflação estabelecida pelo governo é de 4%, e assim vê-se que os trabalhadores de menor renda já ultrapassaram esse teto, sem que haja algum tipo de política que tente neutralizar esse efeito nocivo da inflação.
Mesmo os dados oficiais da inflação sejam considerados corretos, o que não é nada provável, mostram a manipulação por parte do governo. Fala-se do teto, que irão ajustar para não passar de 4%, mas, na prática, a inflação para os mais pobres já é quase 6%, um peso já muito maior que o “teto”.
O que isso significa? Os mais pobres vão comprar menos arroz, feijão, batata, óleo, carne, leite e derivados. Considerando que o consumo dessa camada da população já estava muito comprometido com o desemprego e a redução salarial, agora a falta de auxílio emergencial irá piorar e aumentará a fome.
Tudo faz parte da política de terra arrasada do governo fascista, que busca aumentar a renda dos mais ricos, tirando dos mais pobres. Não faz nada para combater a epidemia da Covid-19 e assim o povo vai morrendo aos poucos de fome, miséria e de coronavírus.