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Para derrotar a política de Bolsonaro no campo é preciso retomar as ocupações de terra em larga escala

Nesta semana, a imprensa golpista e o presidente ilegítimo, Jair Bolsonaro, saíram para atacar o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra e o resultado de sua política de perseguição e destruição dos órgãos do estado para a reforma agrária.

As matérias apresentavam dados de redução das ocupações decorrentes do sucesso das medidas tomadas nos primeiros 100 dias do governo Bolsonaro, como por exemplo a flexibilização do porte de armas e cortes no orçamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

“Incra registra só 1 ocupação no 1º trimestre diante 43 ações no mesmo período de 2018. O MST está mais fraco pela facilitação da posse de armas, iniciativa que terá derivações pelo governo, falta de financiamento do setor público e de ONGs, algo que não ocorria nos governos do PT”, comemorou o fascista Bolsonaro em sua conta oficial no Twitter.

A afirmação de Bolsonaro é falsa porque os latifundiários já possuem armas e grupos de pistoleiros formados por policiais, e até milícias formadas por empresas privadas desde sempre. A lei não mudou em nada o acesso para a burguesia, o que mudou é um clima favorável para repressão e o governo dando sinal verde para os latifundiários atacarem os movimentos de luta pela terra.

Já as lideranças do MST, afirmam que o movimento está querendo evitar conflitos e que o resultado desses 100 primeiros dias é fruto dessa política. “Temos de esperar diminuir o tensionamento das eleições”, disse João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST.

Bolsonaro está tentando criar as condições para acabar com o MST e outros movimentos de luta pela terra. Recuar as ocupações e diminuir a tensão só favorece a extrema-direita, que propagandeia para sua base social, a classe média e os latifundiários, que as medidas de repressão e ataques aos acampamentos e assentamentos estão sendo efetivos e que devem ser ainda mais incisivos na destruição da reforma agrária.

A decisão da direção do MST é um equívoco, principalmente no momento de muita crise e fragilidade dentro do governo Bolsonaro. Diferentemente dos anos de FHC, onde havia uma unidade da burguesia em torno do governo e foram os anos mais violentos desde a ditadura militar e de enormes mobilizações dos trabalhadores sem-terra.

É preciso mostrar nas ruas, com ocupações de latifúndios, prédios públicos e fechamento de rodovias, para mostrar a extrema-direita não vai ter sucesso nessa política. Tanto foi assim na ditadura militar, quanto nos anos violentos de Fernando Henrique Cardoso, onde os movimentos de luta pela terra foram duramente combatidos e houve também enormes conquistas de terra e de políticas públicas de desenvolvimento de assentamentos.

O governo Bolsonaro passa por uma enorme crise e é preciso intervir na crise e dar uma solução a esquerda antes que o governo resolva essas divergências. Procurar acordo com os golpistas, os militares e a extrema-direita é um erro para salvar o regime político que derrubou Dilma Rousseff e que colocou em marcha um plano de destruição da economia nacional e de repressão contra movimentos de luta pela terra.

Um bom exemplo é o Acampamento Terra Livre organizado pelos indígenas em Brasília, onde os militares e o governo Bolsonaro, colocaram a Força Nacional de Segurança para reprimir os indígenas diante de diversos ataques aos seus direitos. O que fazer? Recuar para evitar um conflito ou lutar para impedir essa ditadura militar?

As vias parlamentares e da justiça nunca funcionaram e não vai ser agora com perseguições e arbitrariedades da justiça que vai dar certo. É preciso unificar as lutas pela terra com os indígenas e quilombolas para combater os bolsonaristas com ocupações e fechamento de rodovias. É preciso que os sem terra tenham apoio dos trabalhadores da cidade, encabeçados pela CUT, e de todo o movimento popular, porque necessitam desse apoio devido a sua situação de maior vulnerabilidade. Devem criar comitês agrários de luta contra o golpe e autodefesa e unificar dentro da luta geral contra os golpistas e a extrema-direita, para que haja um grande movimento que mostra a força do povo organizado aos fascistas assassinos de sem terra, possibilite o duro enfrentamento e a derrota dos golpistas e de Bolsonaro, e construa uma perspectiva real e efetiva da expropriação dos latifúndios e da realização da reforma agrária.

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