A condição das mulheres na sociedade capitalista é uma das piores possíveis, tanto em questão de segurança e educação, quanto em relação a saúde e ao acesso a exames básicos e essenciais. Todo ano, no mês de outubro, o governo e diversas instituições investem em propagandas do chamado Outubro Rosa, que incentiva às mulheres a realiazar mamografias, a fim de intensificar a prevenção ao câncer de mama. Contudo, o número de mulheres que tem acesso a hospitais que possuem esse tipo de equipamento ainda é precário. Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Mastologia mostra que em 2018, o número de mamografias feitas pelo SUS foi o menor dos últimos cinco anos. A faixa etária dessas mulheres é entre 50 e 69 anos.
Ruffo de Freitas Júnior, direitor da Sociedade Brasileira de Mastologia afirma que essa realidade é decorrente da insuficiência do número de mamógrafos no país: “O número de mamógrafos no país é suficiente. A grande questão é que eles estão mal distribuídos. E o pior: essa pesquisa mostrou que a grande maioria deles é subutilizada. Para você ter uma ideia, apenas 40% da nossa capacidade de mamografias, no Brasil, é utilizada hoje”. Muitas cidades pequenas, principalmente no interior do Norte e Nordeste são muito precárias em relação a esses exames, as mulheres pobres muitas vezes precisam se desdobrar em mais de um emprego, bem desgastantes em geral, sem poder se ausentar para cuidar da saúde pois ainda correm o risco de serem demitidas e o Estado simplesmente fecha os olhos para esse tipo de situação.
A prova dessa pressão em cima das mulheres e de sua produtividade fica expressa nos números. Na Santa Casa de Belo Horizonte, por exemplo, desde o início deste ano, foi registrada uma queda no número de atendimentos. Há alguns meses, pelo menos 50 mulheres procuravam a mamografia no local, hoje esse número é de apenas 30 mulheres. O governo golpista é um dos principais responsáveis por essa piora na saúde das mulheres, pois oferece absolutamente nenhum tipo de apoio ou garantia de direitos para essas mulheres.
Um dos principais objetivos dos golpistas é atacar cada dia mais as condições de vida das mulheres, a fim de escraviza-las não só nos subempregos mas, principalmente, empurrá-las para o serviço doméstico, objetivando sempre controlar essas mulheres para evitar uma possível revolta popular. O caminho para que as mulheres tenham uma vida digna, com acesso pleno à saúde, educação, emprego, é a derrubada do governo dos golpistas e, consequentemente, a queda desse modo de produção capitalista que empurra a população trabalhadora para a morte, pois sabem que sempre terão mão-de-obra barata para se aproveitarem.