Da redação – O jornal golpista Folha de S. Paulo, ao menos desde o ano passado, de forma oficial, vem chamando o presidente venezuelano Nicolás Maduro de “ditador”, em sua propaganda enganosa contra o governo da Venezuela e a serviço do imperialismo.
Em matéria de ontem, o veículo cometeu um deslize na chamada de sua reportagem, afirmando que o “ditador” “inicia 2º mandato”.
Maduro foi eleito em 2013, em uma eleição na qual a direita golpista tentou manipular o cenário de todas as formas, tentou fraudar o processo e, perdendo, partiu para uma clara tentativa de golpe de Estado violento.
Como na Venezuela o mandato presidencial é de cinco anos, houve novas eleições este ano. Como de costume, quando não tem a menor chance de vencer (uma vez que não recebe apoio do povo), a direita boicotou o pleito e Maduro venceu as eleições.
A grande hipocrisia reside em que a Folha, assim como toda a imprensa burguesa, acusa Maduro (ou Evo Morales, ou Daniel Ortega) de ser ditador, mas ele não está há tanto tempo no poder como a grande “democrata”, uma das “líderes do mundo livre”, a chanceler alemã Angela Merkel.
Enquanto Maduro é tratato de maneira caluniosa pela imprensa imperialista, Merkel está no poder desde 2005 e vai sair somente em 2021, mas nunca foi criticada por isso.
Uma das desculpas encontradas é que Maduro, embora em pouco tempo no poder, seria responsável pela repressão da oposição e pela censura à imprensa. Tudo isso não passa de uma grande manipulação dos meios de propaganda do imperialismo, como são no Brasil os jornais golpistas, como parte da campanha para derrubar o governo nacionalista para entregar os recursos da Venezuela aos grandes monopólios.
Mas Merkel, a “santa neoliberal”, que está há muito mais tempo no poder do que Maduro, reprime a oposição e censura a imprensa sem nenhum alarde ou crítica da mesma imprensa que ataca o presidente venezuelano.
Só em 2017, milhares de manifestantes foram brutalmente agredidos pela polícia alemã ao fazerem um imenso protesto nas ruas de Hamburgo contra a realização da cúpula do G20 e o regime neoliberal que assola os direitos dos trabalhadores. No mesmo ano, o governo de Merkel fechou a página de Internet mais influente da esquerda radical alemã.
Desta forma, fica demonstrada a hipocrisia e manipulação da imprensa imperialista, tratando de maneiras completamente diferentes um país oprimido que luta contra o imperialismo e outro país imperialista opressor. A imprensa burguesa rotula o governo venezuelano de ditatorial e o alemão, que teria (segundo o seu próprio critério enganoso) as mesmas características do que está atacando, é tachado de baluarte da democracia e da liberdade.