Mais uma vez, grandes líderes conservadores usam de seus discursos fundamentalistas para atacar as mulheres. Desta vez, o papa emérito Bento XVI disse em uma biografia lançada na Alemanha lamentar a “ditadura” de ideologias que defendam, entre outros pontos, o aborto e o casamento gay.
Não é a primeira vez nem será a última que as mulheres sofrem ataques a seus direitos essenciais vindo de grandes alas conservadoras e hipócritas da sociedade, que vivem em constante propaganda apelativa como uma forma de desmoralizar e até mesmo demonizar as mulheres que apenas querem (e tem o direito) de decidirem sobre suas vidas e seu próprio corpo.
Não é de se estranhar que esse tipo de opinião seja dada, afinal a extrema direita e as instituições conservadoras exercem suas políticas e ideologias como uma forma de aprisionar as mulheres dentro da sociedade, impedindo a sua emancipação e o acesso á direitos essenciais com justificativas falaciosas de “preservação da vida”. Porém, o que vemos é apenas o discurso vazio daquilo que podemos chamar de “pró nascimento”, afinal a limitação das mulheres ao acesso ao aborto tem implicações ainda mais sérias, onde se visa preservar o feto, mas ignora totalmente que várias e várias mulheres todos os anos perdem suas vidas em procedimentos clandestinos, além de todos os problemas econômicos, psicológicos e sociais que essa imposição as mulheres podem trazer.
O aborto é um direito fundamental que deve ser garantido pelo Estado de forma gratuita e segura para todas as mulheres, independente das circunstâncias, e não cabe a nenhum papa, político ou qualquer outra pessoa a não ser a própria mulher a tomada dessa decisão. O direito ao aborto é uma questão de saúde pública, de emancipação social e de igualdade das mulheres, afinal a maternidade deve ser uma escolha, e não algo imposto para as mulheres de forma que as mesmas fiquem escravas de seus lares.
Além disso, a questão da sexualidade feminina é algo que só diz respeito a mulher, seja quando ela escolhe um relacionamento com um homem ou com outra mulher, o direito ao matrimônio e o divórcio deve ser irrestrito independente da orientação sexual, pois também se trata de um direito universal que não deve ser destinado apenas á uma parcela da população.
A luta das mulheres e seus direitos é também uma luta de transformação social, afinal o Estado controlado pelas instituições burguesas, conservadoras e fundamentalistas nunca lhe dará condições necessárias para sua liberdade e igualdade perante a sociedade, somente com a derrubada dessa sociedade e a construção de um estado proletário junto com todos os trabalhadores as mulheres terão condições de exercerem seus direitos essenciais.
As mulheres precisam se organizar e se mobilizar junto com todos os trabalhadores para a derrubada da extrema direita e dos governos burgueses que só colocam em prática políticas que os prejudicam e os colocam em situação de desigualdade, a luta das mulheres é também uma luta pela revolução, por uma sociedade socialista.