Com os campeonatos de futebol de todo o mundo comprometidos por conta da pandemia do coronavírus, a Fifa está correndo para criar novos regulamentos e transações entre clubes, em um esforço para chegar a um caminho de escape, que regulamente o comércio mundial do futebol.
Com as ligas de todo o planeta paradas – muitas perto do final de suas temporadas – , em especial as europeias com milhares de atletas em casa, impossibilitados de treinar, os clubes estão cada vez mais preocupados com seu futuro financeiro. Muitos implementaram medidas improvisadas para tentar mitigar os efeitos da paralisação. As previsões quanto ao custo da paralisação variam muito, mas para Andrea Agnelli, o presidente da associação dos clubes europeus este é “o maior desafio que o esporte e o nosso setor já enfrentaram”.
A maior preocupação dos dirigentes são os contratos dos jogadores e as janelas de transferência e quais períodos os clubes estão autorizados a comprar e vender jogadores. Mas dada a incerteza quanto à data em que a temporada atual será encerrada, a Fifa propôs que os clubes prorroguem até o final efetivo da temporada os contratos dos jogadores cuja expiração ocorreria na metade do ano. A organização também sugeriu que os jogadores que já assinaram com novos clubes por terem passe livre ficassem em seus clubes atuais até o final das temporadas adiadas.
Já há notícias de clubes que colocaram à seus jogadores a redução nos pagamentos de salários. No Leeds United, um time da segunda divisão inglesa que estava a ponto de garantir classificação para a Premier League na próxima temporada, quando os jogos foram suspensos, os jogadores concordaram com a suspensão de seus salários por prazo indefinido, para permitir que o clube continue a pagar outros empregados.
No campeonato da França, o Lyon e o Marseille recorreram à lei francesa para classificar seus jogadores sob uma forma técnica de desemprego, a fim de que o Estado arcasse com parte do valor de seus salários. Esse seria o caso também no Reino Unido, onde o governo concordou em pagar até 80% do salário de um trabalhador caso o empregador esteja impedido de operar. Alguns dos maiores clubes também estão propondo reduzir em até 70% sua folha salarial, como é o caso de um dos clubes mais ricos do mundo, o Barcelona que está negociando com os craques Lionel Messi e Luis Suárez.
Em vários casos, o relacionamento entre clubes e jogadores degringolou. Na Suíça, o Sion demitiu nove jogadores, depois que eles recusaram um corte de salário; o sindicato dos jogadores da Colômbia divulgou na quarta (25) uma queixa furiosa depois que o Independiente Santa Fe publicou os resultados de uma pesquisa no Twitter na qual perguntava aos torcedores se os jogadores deveriam ou não ter seus salários reduzidos.
Em vários países mundo afora, como Suíça, Croácia, Chipre, Israel e Malta, vários foram os clubes que realizaram cortes de salários unilaterais já nos primeiros dias da paralisação.
Diante da situação a Fifa saiu em defesa dos clubes, contra os atletas, tentou propor uma estrutura para as negociações, a começar por uma recomendação de que os clubes e seus jogadores cheguem a acordo quanto a um corte ou postergação de salários enquanto o futebol não recomeça. A maior preocupação da Fifa é que a atual suspensão causará um enorme impacto econômico da ordem de 7 bilhões de dólares por conta das janelas de transferência anual de jogadores na Europa, onde algumas das grandes ligas europeias começaria já em maio. Agora já está totalmente inviabilizado porque a temporada não será finalizada até lá.
Toda a movimentação realizada pela Fifa é para auxiliar a indústria do futebol, onde os capitalistas e dirigentes do esporte, estudam as variadas maneiras de passarem o prejuízo para os jogadores de futebol que dentro de toda a engrenagem são apenas a força de trabalho a ser explorada enquanto os capitalistas da bola mantém suas polpudas receitas bancárias.