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Porrete, fome e desemprego

Pandemia e fome – o que o governo Bolsonaro vai impor a população

Não se engane, 2021 será pior, com mais desemprego, mais repressão policial, mais acordos com a direita e trabalhadores passando fome

O ano de 2020 marcou o momento em que a crise capitalista já estava jogando milhões no desemprego e rebaixando a economia brasileira a níveis coloniais. Nesse ano o país viu crescer a exportação de produtos agrícolas e matérias primas e destruição das indústrias nacionais, da Embraer até a de semicondutores no RS, passando pela naval no RJ e no RS. Este ano também foi um marco na destruição de empregos, a maioria da população trabalhadora está desempregada ou em empregos com poucas horas (bicos) onde estão 33,2 milhões. As pessoas que estão se virando como trabalhadores por conta própria chegam a 26,4%. Na primeira vez na história brasileira, mais da metade da força de trabalho está desempregada e subempregada.

Em janeiro, as 68 milhões de pessoas que estão recebendo o auxílio emergencial, primeiro de R$ 600 e a partir de setembro de R$ 300, deixarão de receber e a fome atingirá a todos. Não adianta o governo manipular os dados do desemprego e a grande imprensa burguesa ficar martelando que a economia está melhorando. Os números da miséria, do desemprego, da carestia, da inflação desenfreada nos alimentos, são sentidos pela grande maioria da população. Enquanto levantamentos do IBGE indicam uma inflação de 4,23% no ano, o preço dos alimentos se elevou em 15,94%.

A falta de perspectivas e as portas fechadas aos trabalhadores são assuntos em todas as casas durante as festas de fim de ano. Não tem como fugir. Nem há como fingir que a culpa pelo desemprego é dos trabalhadores desqualificados, mesmo os muito qualificados não arrumam mais empregos, especialmente os jovens, quer sejam eles analfabetos, quer tenham concluído o doutorado. Um terço está desempregado.

A realidade vai colocando a baixo todas as ilusões criadas pela burguesia. A reforma trabalhista não empregou, ao contrário, ajudou a desempregar e a reduzir os salários. “Estudo do Dieese mostra que, em 2019, a remuneração mensal média dessa modalidade de contratação foi de R$ 637 – 64% do salário mínimo do ano passado, menos ainda do que em 2018 (80%). E perto de um quarto dos contratos (22%, o dobro do ano anterior) não resultaram em trabalho. Ou seja, renda zero.” (Sinasefe, 14/12/20)

Os que ainda se iludem se chamando de empreendedores não têm por onde escapar. Os entregadores de comida brigam entre si por um salário minguado e sem direito algum, sem férias, sem 13º. Os motoristas de aplicativo quando não estão devendo a prestação do carro, trabalham mais que os operários do século XIX, antes dos sindicatos e da conquista de direitos. São obrigados a trabalhar 12 a 16 horas por dia para conseguir tirar um salário mínimo.

O país tem empobrecido. “O Brasil caiu cinco posições no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das Nações Unidas, divulgado nesta terça-feira (15). O país passou da 79ª para a 84ª posição, entre 189 países avaliados. (…) O Brasil agora é o 6º entre os países da América do Sul, atrás de Chile, Argentina, Uruguai, Peru e Colômbia.” (Brasil de Fato, 15/12/20)

Sendo desindustrializado velozmente, o país não vai conseguir gerar empregos demandados por esse exército gigantesco de desempregados. Um exército desorganizado, que não encontra nas organizações partidárias quem fale por eles e quem proponha sua estratégia de ação conjunta. Até agora, têm sido convencido por uma imprensa reacionária ou atordoado por uma estratégia de repressão que se abate nas periferias com polícias militares que parecem articuladas com as milícias, ambos matando pretos e jovens. O recado que dão é de que será muito pior se os trabalhadores reclamarem. Esse recado ainda causa medo, mas um dia deixará de fazê-lo.

O ano que vai se iniciar não trará nada de novo. Provavelmente vai piorar um pouco mais do que imaginamos. Os partidos de esquerda, em sua maioria, continuam acreditando que acordos com os golpistas trarão freio aos fascistas. Os sindicatos estão atordoados com as pancadas que receberam ao verem seus recursos minguarem e suas crenças na Justiça do Trabalho se mostrarem enganadoras.

O ano vai começar com a posse de prefeitos com ideário e ação muito mais à direita que os anteriores. Sem instrumentos para atender as demandas dos que passam fome, é provável que acabem recorrendo mais à repressão, mostrando, na prática, que as alianças com a direita não são alternativa para os trabalhadores.

Ultrapassado a marca de 190 mil mortos na pandemia do covid-19, pelas estatísticas conservadoras e se baseiam em subnotificações, a população vê uma esperança exagerada na vacina que ainda não existe para os brasileiros. Observando a confusão que causam as desavenças entre o governo federal e os governos estaduais e as tentativas de esconder o crime que foi não se preparar para a vacinação em massa, podemos crer que o próximo ano será confuso e com problemas variados no campo da saúde. Muitos acham que a vacina resolverá de imediato todos os problemas, mas fazem isso escondendo que o processo de vacinação é feito em duas etapas, com um mês entre elas, e as pessoas só começarão a produzir anticorpos suficientes 14 dias depois de vacinadas na segunda etapa.

É de se esperar que essa confusão, proposital ou não, vá gerar mais doentes que pessoas vacinadas. Só o anúncio da vacinação, ainda sem data, já atiça governos e empresários a retomar aulas e outras atividades, expondo milhões à doença.

A falta de planejamento e de vacinas em quantidade adequada mostram que mesmo o cenário mais absurdo pode ser o real. Como mostrou o STF dias atrás, quando solicitou à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) a reserva de 7 mil doses para garantir a vacinação de ministros e funcionários. Não é cara de pau, é assim que as a burguesia escravocrata e antidemocrática pensa e age, sem qualquer limite.

 

 

 

 

 

 

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