Na semana passada o Brasil ultrapassou a marca dos 150 mil mortos por coronavírus. Os dados do boletim do coronavírus do Ministério da Saúde atualizado às 19h deste domingo, também indicaram mais de 5 milhões de infectados pela doença. Apesar de serem dados oficiais do governo golpista de Bolsonaro, ou seja, subnotificados, a marca é uma pequena medida da realidade que os golpistas não conseguem esconder, que a burguesia, através de Bolsonaro e dos governadores científicos está promovendo um genocídio no País.
Isso ocorre porque para preservar as centenas de milhares de vidas que viriam a ser perdidas, era necessário, como este Diário apontou desde o início, que o poder público colocasse todos os seus recursos no combate à pandemia e em defesa do vida do povo. Para tal, seria necessário colocar a economia em função da produção massiva de testes, equipamentos de segurança, contratação de todos os profissionais de saúde necessários e a ampliação da infraestrutura do SUS (Sistema Único de Saúde) para atender toda a população.
No entanto, o governo Bolsonaro e os governadores estaduais, defendem apenas os interesses dos patrões, não dos trabalhadores. Logo, a principal medida que esses golpistas adotaram foi a de manter a economia funcionando para manter os lucros dos capitalistas em crise e “morra quem morrer”. Desta forma, nenhuma medida efetiva foi adotada a não ser um limitadíssimo isolamento social, que permitiu apenas a uma pequena parcela de setores da classe média e da burguesia não se aglomerarem. Os trabalhadores, por outro lado, continuaram tendo que se empilhar no transporte coletivo para manter a economia funcionando, mesmo que os metrôs e ônibus fossem o principal meio de transmissão da doença do novo coronavírus, a COVID-19.
A esquerda, por outro lado, teve um papel de aceitar, pela omissão, esse crime contra o povo. Ao invés de chamar os trabalhadores a lutarem contra o genocídio iminente, fechou os sindicatos e vendeu a ilusão do isolamento social – que só uma parte dela mesmo pôde fazer – como se fosse a grande forma de combate à pandemia. Árduo engano, uma vez que isolamento se transformou num aspecto da propaganda de governadores e prefeitos golpistas para se diferenciarem de Bolsonaro. Gente da laia do governador João Doria (PSDB-SP) e do fascista Wilson Witzel (PSL-RJ) utilizou disso para passar a impressão de que, diferente do presidente ilegítimo, que falava que era uma “gripezinha”, eles estariam preocupados com o povo.
A imprensa burguesa, aproveitando-se da situação, criou a ideia dos “governadores científicos”, que seriam gente como Joao Doria e Wilson Witzel, que estariam seguindo as medidas de isolamento social propostas pela OMS (Organização Mundial de Saúde), diferentes de Bolsonaro. Essa manobra permitiu que, tanto Bolsonaro, como Doria, Witzel e os demais golpistas, não investissem de verdade no combate ao coronavírus!
No entanto, apesar de tratar as pessoas que morerram apenas como números, o problema dos golpistas é que as pessoas que sobreviveram precisam de emprego e renda, para não morrerem de fome. Daí a enorme pressão para a aprovação do auxílio emergencial, que diferente do que noticiou a burguesia, não foi uma medida para combater a pandemia, mas sim para combater a inevitável convulsão social que decorreria das dezenas de milhões de pessoas sem emprego e renda no País.
Foi desta forma, com um número infinito de demagogia e com a cobertura da imprensa burguesa para ocultar a realidade, que os golpistas, liderados pelo governo Bolsonaro, mataram mais de 150 mil brasileiros (153 mil no boletim deste domingo)! Mas não para por aí, ao defender a abertura total da economia e a volta da normalidade pré pandemia, os golpistas levarão o País à segunda onda do vírus, como está ocorrendo na Europa neste momento. Portanto, é preciso mobilizar os trabalhadores contra o genocídio, que em apenas 7 meses vitimou 150 mil de pessoas e levará a morte de ainda mais centenas de milhares de brasileiros.