Terminou em protestos o chamado “Acordo do Século”, assim batizado pelo mandatário estadunidense Donald Trump em referência ao plano para consolidar a dominação imperialista sobre a Palestina, eufemisticamente chamado de acordo de paz entre palestinos e israelenses.
Chamado pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, de “bofetada do século”, o plano imperialista prevê a legitimação da ocupação israelense no Vale do Jordão. Cerca de 65 mil palestinos vivem na área reclamada pelo imperialismo e controlada pelas forças de repressão israelenses. Outra medida absurda denunciada pelos palestinos prevê um congelamento de 4 anos para a política de criação de assentamentos no Jordão, o que foi recebido pelos palestinos como cinismo.
Ainda, o acordo prometia migalhas de dinheiro caso as propostas fossem aceitas, o que foi considerado um escárnio pela população palestina, uma das mais massacradas pelo imperialismo, vítima de um verdadeiro estupro político que impôs um Estado fictício dentro de seu território e, desde então, tem se mantido sob a base de um genocídio escandaloso que só não é denunciado como tal por ser apoiado pelas principais nações imperialistas do mundo, especialmente Estados Unidos e Inglaterra.
Entre os palestinos, o suposto acordo foi recebido com uma onda de protestos em dezenas de cidades e uma cisão política. Enquanto Abbas convocou manifestações pacíficas, a organização nacionalista Hamas declarou que “todas as opções estão abertas” sobre a resposta que os palestinos mais indignados adotariam e já responsabilizando o imperialismo estadunidense pelas reações provocadas.
Mesmo com toda a tirania exercida por Israel, que fechou estradas e impediu a circulação de manifestantes, nas rodovias e nas ruas, mais de mil palestinos foram às ruas protestar contra o ultrajante plano imperialista, enfrentando forte repressão do aparato israelense. Ao menos 22 manifestantes foram gravemente feridos pelos invasores militares israelenses.
A esquerda de conjunto tem que levar tudo isso em consideração quando se deparar com manifestações de apoio a esse genocídio, como a que vimos do ex-deputado psolista Jean Wyllys. A luta do povo palestino tem que ser defendida por todos que não desejam ser vítimas do mesmo destino por parte do imperialismo. Todo apoio à luta dos palestinos pela sua autodeterminação e a soberania em suas terras.