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Coronavírus

País tem maior onda de casos e nenhuma medida contra a pandemia

Apesar de 7 milhões de infectados e perto de atingir 200 mil mortos, burguesia lança falsa polarização entre Bolsonaro e Doria para ocultar sua política genocida

O Brasil atingiu no ultimo sábado (19) a média móvel de casos de coronavírus desde o início da pandemia. Isto na semana em que o País ultrapassou os 7 milhões de infectados, com mais de 70 mil infectados e 936 mortos num único dia, somando 186.356 mortos (apenas em dados oficiais). Contudo, mesmo com a piora de todos os indicadores, que apontam para uma situação crítica, como o risco do país completar 200 mil mortos antes do fim de ano, os governos não tomam nenhuma medida contra a pandemia.

Segundo em número de mortes (apenas atrás dos EUA) e terceiro em número de infectados (atrás de EUA e Índia), o Brasil é um país em que o governo testou apenas 12% da população. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até outubro, apenas 25,7 milhões de pessoas haviam feito o teste, ao longo de quase nove meses de pandemia, das quais 5,7 milhões (22%) testaram positivo para o coronavírus.

Caso fosse aplicada esta porcentagem à população total do Brasil, de 211 milhões de habitantes – até 1º de julho, segundo o IBGE – seriam 46,6 milhões de infectados, 6,7 vezes mais infectados que os mostrados nos dados oficiais.

Tais dados ajudam a entender porque o governo Bolsonaro e os governadores e prefeitos não realizaram testagem de toda a população. De acordo com a plataforma Worldometer, que organiza e compara resultados das medidas adotadas em relação à pandemia no mundo, o Brasil é o 96º no ranking de realização de testes para detectar a doença, de um total de 220 Países.

Mais do que um problema de se recusarem a gastar dinheiro com a população, a não realização da testagem massiva é uma forma dos governos ocultarem a realidade do País, que certamente já atingiu muito mais do que 183 mil mortos!

Como mostra pesquisa em que 8 em cada 10 brasileiros dizem já ter tido coronavírus ou conhecem quem teve. Dados do Instituto Data Folha, da Folha de SP, ainda apontam que, diferente do que pensavam até agosto – 43% achavam que a pandemia piorou – desta vez a grande maioria das pessoas (73%) consideram que a situação da pandemia piorou.

 

Lotação de hospitais e colapso da Saúde

Outro dado que evidencia a gravidade da situação é a lotação dos hospitais e unidades de saúde, bem como os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Neste sábado (19), a Secretaria Municipal de Saúde da segunda maior cidade do País, o Rio de Janeiro, divulgou que os leitos de UTI destinados ao tratamento da Covid-19, que consideram hospitais da prefeitura, estaduais e federais, atingiram 90% de lotação. Já entre os leitos de enfermaria, a ocupação atinge 79%. O Rio, uma cidade com quase 7 milhões de habitantes (6.747.815) tem apenas 923 leitos dedicados à Covid-19, dos quais 293 de UTI. Se é assim na capital carioca, imagine-se como é a situação é nas demais cidades do País, que não possuem nada parecido com sua estrutura, orçamento e importância econômica e política.

A falta de condições para atender a população é grotesca. Para resumir, basta lembrar do caso de Curitiba, em que a ala especializada no tratamento de coronavírus de uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) era dividida por um saco de lixo. Bem como o respirador artificial feito com um saco plástico e uma fita adesiva em Manaus.

Provas cabais de que não existe combate ao coronavírus no Brasil.

 

“Guerra da Vacina”

Mas se foi assim durante toda a pandemia, agora que o País mergulha em uma fase ainda mais grave da pandemia, com mortes e a infecção se multiplicando a níveis inéditos, os dados oficiais, que mostravam redução das infecções e das mortes, “controle da média móvel, estabilização, estabilidade”, expressando um “milagre brasileiro”, não são mais suficientes. Não há mais como ficar de fora da corrida pela conquista da vacina.

Os mesmos governantes que não tomaram nenhuma medida séria para combater a pandemia, lançam-se na campanha da vacina como uma grande panaceia para os males da nação, querem a todo custo ganhar dividendos eleitorais para 2022. Aproveitam-se desta situação para fazer menos do que fizeram em outros momentos. Como fica claro no corte do auxílio emergencial por parte do governo Bolsonaro, que foi aplicado para evitar uma convulsão social devido a degradação do regime, com desemprego e início das milhares de mortes da pandemia.

Bolsonaro e Doria, os principais expoentes da guerra de quadrilhas, que se tornou a disputa em torno da vacina, talvez tenham o cálculo de que a vacina lhes permitirá controlar a situação. Logo, não se trata, como nunca se tratou, de combater o coronavírus, mas sim de galgar posições dentro do regime, fortalecendo-se para a próxima disputa presidencial.

Essa situação criou uma verdadeira cortina de fumaça, em que o debate sobre a obrigatoriedade da vacina se sobrepôs a todos os demais aspectos, como a necessidade da população controlar a imunização e exigir que os governos invistam para que a vacina seja gratuita e disponível a todos os que quiserem tomá-la.

Assim, a burguesia procurou criar um clima falso de polarização entre Bolsonaro, como o anti-vacina e Doria, como o defensor da vacina. Bolsonaro aproveitou-se da situação para tecer críticas às instituições do regime golpista, e defender a posição de objeção a vacina, dizendo que não iria tomá-la, como se fosse um elemento opositor do regime.

Por outro lado, a burguesia lançou a ideia de que a vacinação deve ser obrigatória. Ou seja, que as pessoas devem ser vacinadas independente de estarem de acordo ou não. Um setor da esquerda foi arrastado para essa armadilha e passou a defender a obrigatoriedade da vacina, colocando-se a reboque do tucano Joao Doria (PSDB).

A “guerra das vacinas”, neste sentido, serve para ocultar a política genocida da qual, Bolsonaro, Doria, as demais instituições, como o STF, o Congresso, os governadores e prefeitos, são todos aliados para atacar o povo e impedir que ele lute contra o regime golpista.

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