A imprensa burguesa publicou matéria no portal Terra, afirmando que as economias da América Latina irão demorar mais tempo para se recuperar quando terminar a pandemia do Covid-19.
Apontam como principais problemas a dívida pública muito elevada e a redução do PIB para a região em torno de 8%, conforme relatório do Banco Mundial, ainda o crescimento da inflação. A Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe) diz que é a pior crise nos últimos cem anos. De qualquer forma, as economias não terão o mesmo valor para o PIB de antes da pandemia até 2023.
Consultados especialistas do Goldman Sachs, Grupo Economist, Capital Economist e do Banco Mundial, eles apontam que as medidas que cada país adotou poderá fazer a diferença na velocidade de recuperação pós pandemia.
Os países que adotaram por maior tempo o isolamento social prejudicam mais a economia, os incentivos para empresas e pessoas, com elevação da dívida pública, atenuou o impacto negativo. Os que se mantiveram firmes no controle dos gastos, mantendo o equilíbrio nas contas do estado terão maior fôlego nos incentivos para sair da crise, apesar de ter acentuado o impacto negativo na economia.
O Brasil tem a segunda maior dívida pública da região, beirando a 100% do PIB conforme dados do FMI, e déficit fiscal de cerca de 12% do PIB conforme divulgação do ministério da economia para setembro. Para os especialistas a perspectiva de crescimento não é muito favorável.
Dizem que o país não avançou nas reformas fiscais e os gastos com incentivos à economia pioram o déficit. Isso ocorre em meio a muita instabilidade política.
Analisam as principais economias da região, e é notório que são brandos nas críticas aos governos alinhados com o imperialismo ou que fizeram negociações para reestruturar a dívida com o FMI.
Enquanto que na análise da Venezuela fazem verdadeiro escárnio com o governo. Possivelmente por não poderem atribuir à pandemia os péssimos resultados na economia, sendo que as medidas de prevenção e isolamento social estão sendo exemplares para a região e o mundo, com poucos casos de infecção e morte.
Também não mencionam os impactos que a Venezuela tem com os embargos econômicos duríssimos imposto pelos EUA e demais imperialistas, que estão estrangulando a economia do país e o povo junto, como ocorre também com Cuba há mais de sessenta anos. Uma política de genocídio contra o povo.
No caso do Brasil, estão frontalmente cobrando reformas fiscais, dizendo que as condições para recuperação da economia só serão possíveis se fizerem as tais reformas. O que não dizem é que ao fazer as reformas, com aumento de impostos, os maiores penalizados serão os trabalhadores, que sempre são os que pagam a conta.
Já tivemos desemprego massivo, redução de salários, perda de benefícios sociais, legislação trabalhista, previdência social e agora mais impostos para pagar. As estatísticas oficiais da receita federal indicam que de 60% a 80% da arrecadação de impostos recai para rendas de até 5 mil reais aproximadamente.
Não é que tenha que ser assim a reforma fiscal. Poderia ser diferente e por exemplo taxar grandes fortunas e patrimônios de maior valor, cobrar impostos dos mais ricos e menos, melhor dizendo nada, dos pobres. Só não ocorre isso porque os ricos são os donos do estado (burguês), e os políticos são seus funcionários. Assim fazem o que o patrão manda, descontar dos pobres, trabalhadores e nada deles ricos.
Precisamos mudar essa correlação de forças, impedindo que outro fardo recaia sobre nossos ombros, e só será possível se nos organizarmos em conselhos populares nos bairros, nas empresas onde trabalhamos, nas escolas e assim elaboramos um plano de lutas para reverter a situação política no país. Pondo abaixo esse regime de exploração do trabalhador, e organizarmos o estado para atender às necessidades do povo trabalhador.