Os prefeitos eleitos de São Paulo,Bruno Covas (PSDB-SP), e Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), anunciaram que pretendem nomear gestores negros para ocupar secretarias municipais.
Bruno Covas, que não pretende anunciar seu secretariado ainda e planeja manter o quadro atual até 31 de dezembro, se comprometeu publicamente com a nomeação de negros e negras para ocupar secretarias.
Eduardo Paes declara que irá construir um secretariado diverso, pois se preocupa com a representatividade de mulheres, pessoas negras e periféricas na administração da cidade do Rio de Janeiro.
Enquanto os políticos da direita fazem promessas vazias, a violência diária contra a população negra cresce. Em nenhum momento os mandatários discutem questões como violência policial, generalização da miséria e fome, suporte precário a saúde pública, estas sim problemas concretos da população negra e pobre. Preferem fazer politicagem e discursos vazios para esconder que não existe nenhum plano para melhora das condições de vida do trabalhador pobre, independente de sexo,cor ou credo. A única “justiça social” que têm para oferecer é a morte e a perseguição aos trabalhadores e seus direitos, sem discriminação.
Os planos de indicar “representantes” negros para cargos em esferas públicas nada mais são que um engodo para agradar os movimentos identitários, estes iludidos que a ascensão de pessoas alinhadas com a direita fascista representa algum ganho para o trabalhador.
Uma pauta social desvinculada da compreensão acerca da luta de classes é uma pauta condenada a ser cooptada pela direita. Não existe comprometimento com a diversidade entre fascistas, não existe nenhuma intenção de promover igualdade social, os que embarcam nesse discurso só servem para legitimar a classe que apoia Carrefours, Bolsonaros, repressão policial e o ataque e repressão diárias a classe trabalhadora.
Enquanto Covas e Paes, considerados o novos centro, moderados, o “menos pior” que precisamos para nos livrar de Bolsonaro e seu correligionários, fazem propaganda com as pautas do povo negro, o sangue negro continua a se espalhar pelas ruas, vitimas de um extermínio patrocinado pelos mesmos setores que eles representam. Paes e Covas não são diferentes de Bolsonaro, pelo contrário, sempre fizeram parte de sua base de apoio, o ajudaram a chegar no poder e são parceiros dos golpistas que depuseram um governo democraticamente eleito.
Se unir a estes e outros setores que se aproximam dos movimentos identitários é se unir aos fascistas, chancelar o extermínio da população negra. Não existe verdadeira justiça social sem a organização popular, os movimentos identitários, dominados pela direita reformista, não são a saída. O povo deve marchar junto, nas ruas, essa é a única solução para uma verdadeira mudança social.